domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tic Tac


                Tempo. No relógio o tempo avança. Devagar. Lentamente. Os minutos insistem em não passar. Sem falar nas horas, que parecem regredir a cada súplica de avanço.
                Na parede o tic tac soa forte. Firme. Como se estivesse lutando com alguém. É aí que eu paro e concluo, e está. Somos inimigos do infernal barulho que ouvimos sempre, seja no relógio de parede ou de pulso. Parece que eles estão ali para contar quanto tempo temos para viver, quantas horas precisamos para sermos felizes.
                Fundamental e doloroso, a vida passa e o relógio marca, cronometra. Os momentos mais incríveis da minha vida estava olhando para um relógio, e percebi o quão devagar o ponteiro se move. Guardei três minutos que o tiquetaquear do meu relógio de pulso soaram como horas, horas refletindo sobre mim, sobre quem eu sou. E se um dia tive medo de apertar o "avançar" e viver a vida, hoje vejo que o "pausar" não me é possível, mas que aproveitar o momento é como se estivesse olhando para aquele relógio, pois aprendi a ser quem eu sou no tempo que me é dado.
                Não sou fã do relógio, uso o meu, é necessário. Mas as horas passam, e a minha vai chegar um dia, com ou sem ponteiros por perto. Então, cada segundo a menos representa uma alegria a mais em minha vida, e assim vou vivendo, sem o compromisso de viver em um tempo imposto, pois na minha vida eu sou o meu relógio.

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