sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sexta às nove (3)

Sua dose semanal de remédio musical.



Uma característica peculiar e muito legal de Jorge Ben Jor é a descontração com que ele compõe. E nessa música, você vê que parece que foi tudo uma brincadeira...

"Alô alô, W/Brasil"

O Rodrigo Amarante [ex Los Hermanos] disse numa entrevista algo que se encaixa no estilo de Ben Jor: "a arte não pode ser feita pensando na consequência"

E acho que isso serve pra todo mundo até aqui do Pictorescos, ou qualquer um que lide com qualquer tipo de arte: não se preocupe em fazer uma obra prima. Faça o que veio a sua cabeça fazer. Se será primoroso ou não, é consequência.

Então para nos ensinar a arte da descontração criativa, senhoras e senhores, Jorge Ben Jor.

Aproveite.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sexta às nove (2)

sua dose semanal de remédio musical.



O que me chamou atenção nessa canção foi a temática, pouco comum. E interesante que, analisando, é um protesto contra a banalização, não diria do sexo, mas da sensualidade. Coisa que de um tempo pra cá saiu do âmbito do belo e misterioso e enveredou num explícito nada agradável, e no fim, menos excitante. E uma belo golpe na nossa velha companheira hipocrisia.

Aproveite!

letra:

Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!

Por isso não acham nada demais
Na semi-nudez de todos os carnavais
E na beleza estonteante e tão natural
Da moça que expressa no andar provocante
A força ondulante da sua moral
Amor flutuante acima do bem e do mal

Os pais os pais
Estão preocupados demais
Com medo que seus filhos caiam nas mãos dos narco-marginais!
Ou então na mão dos molestadores sexuais
E no entanto ao mesmo tempo são a favor das liberdades atuais!

Por isso não podem fugir do problema
Maior liberdade ou maior repressão
Dilema central dessa tal de civilização
Aqui no Brasil sob o sol de Ipanema
Na tela do cinema transcendental
Mantem-se a moral por um fio
Um fio dental!

terça-feira, 16 de junho de 2009

E realmente...



...perdi mais alguém. Desta vez, como de saudade, a morte me retorna. Não no derradeiro homem que digita, mas naquele que se coroa de saudade e de peso. Peso de saudade. Peso de culpa. Mais um amigo meu se foi. Desta vez, sem que eu soubesse que estava indo. Agora, de perto, um tanto de longe, só lhe soube depois de ido que havia ido. É um choque. Não por somente ter ido, mas o quanto eu não vi de suas mensagens.
Ah, meu amigo, me diga o porquê? Pessoas jovens, ou semi-coroas, como é o nosso caso, ainda têm que se dar o luxo de ficarem velhos, de deixar as rugas transplantarem a juventude, de viver a nostalgia dos bons tempos, das nossas meninas, dos nossos meninos, do que nós éramos. Mas aí vem a Morte, e como egoísta que é, te ceifa, e me ceifa mais um, na velha vitrine de limitação do corpo. Você me é mais um que demonstra que alma e corpo não se combinam, mas que um aprisiona o outro e a Morte equilibra as equações. Só que no seu caso, a Morte lhe foi palíndromo. Inverteu as escolhas, trocou os papéis e te levou.
Para mim, ela não tinha dado provas de te querer. Sim, por favor, não grite até, sei que estávamos há mais de três anos sem nos ver, que nosso último contato, lá em casa, Copa de 2006, e você preso no banheiro, jogando desodorante de um lado para o outro. Até te disse, você é de casa, não precisa de desodorante pra esconder humanidade. Agora, eu estou sem você, até todos nós, eu, a mim mesmo, você, até sem ti, meus irmãos, ainda buscando ar, até Meiquilo, o poodle, todos estamos tristes. Estamos severamente tristes, pois agora você está mais do que longe. E olha que era vizinho, tudo bem, de Tijuca para Tijuca é não mais do que dois pontos de Meia Zero Meia.
Esqueça a piada. Mas saiba que não vou te esquecer. Sim, eu também sabia da tua escolha, como Fábio, Petrônio, Riquinho, Dani e de todo mundo, sabíamos que o único que não sabia era você. Mas não te negamos peito, nem muito menos carinho. Eu só me nego a acreditar que esse sorriso bobo e torto que está na página do teu Orkut será a última forma de contato que terei contigo, Bertu.


Seu Pilantra, sempre foi muito discreto. Às vezes, até caricato, com sua forma de falar, com sua forma de rir... mas você não tinha o direito de se esconder por tanto tempo. Tudo bem, eu também errei, então deixemos nossos erros e vivamos as nossas lembranças. Só que não sai da minha cabeça o seu pedido no meu Orkut, Márcio, quando vamos nos rever? Quero conhecer a sua filha, poutz, você não sabe como isso dói. Fico te imaginando aqui em casa, nós dois rindo sem motivo, discutindo baboseiras só para ter o que falar. Mas agora eu me calo, pois eu te negligenciei. Por favor, me perdoe, saiba que realmente você tem um espaço eterno bem aqui perto, sei que um dia vou te ver, o chato vai ser vê-lo com cara de meninão, possivelmente me perguntando como andam as coisas, e te direi, andam bem, e agora que te vejo aqui, realmente...

E Papai do Céu te levou

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sexta às nove

Sua dose semanal de remédio musical.



Alô pictóricos. Esse é o post de abertura de uma nova seção do blog, um periódico de música. Pra você que ficou a semana inteira ouvindo funk, Nx zero e outros abusos contra a audição e o bom senso. Fica minha sugestão: toda sexta, aqui no Pictorescos vc encontrará a dose melódica, rítimica e harmonica de bom gosto, que a atualidade tanto nos priva.

Iniciando, Bobby McFerrin. Vocalizes angelicais!

Aproveite!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

ele não sabe ser melhor, viu?



Acho que o vídeo dispensa explicações.

Agora, posto exatamente com a intenção de discutir a analogia feita, que, para mim, foi feliz. Pessoalmente confesso que depois de ver esse vídeo, não consigo ouvir essa música sem fazer essa associação.

Abraços companheiros Pictóricos!!!

PS.: a partir de hoje vou começar a postar junto com as músicas, suas respectivas letras.

De Onde Vem a Calma

composição: Marcelo Camelo


"De onde vem a calma daquele cara? / Ele não sabe ser melhor, viu? / Como não entende de ser valente? / Ele não saber ser mais viril / Ele não sabe não, viu? / Às vezes dá como um frio / É o mundo que anda hostil / O mundo todo é hostil / De onde vem o jeito tão sem defeito? / Que esse rapaz consegue fingir / Olha esse sorriso tão indeciso / Tá se exibindo pra solidão / Não vão embora daqui / Eu sou o que vocês são / Não solta da minha mão / Não solta da minha mão / Eu não vou mudar não / Eu vou ficar são / Mesmo se for só / Não vou ceder / Deus vai dar aval sim / O mal vai ter fim / E no final assim calado / Eu sei que vou ser coroado / Rei de mim."

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