domingo, 31 de outubro de 2010

VIDA. OU O QUE QUER QUE SEJA

Vagarosamente encaro
Um dia a mais
Sinceramente espero
Um dia mais
Quente... ou frio

Em meus medos aquecido
Friamente busco um sentido
Porém A-Luci-Nada-Mente
À mente que despreparada sente
Desesperadamente
Hipotermias de morte
E transpirações de vida... e morte
Ao dizer que nem tudo é questão de sorte

Independentemente 
Do que realmente seja
Tudo depende do modo que a vemos
Peso pêsames e sofrimentos
Apesares superações e alegrias

Antes que a inesperada
Indesejada e amaldiçoada chegue
Eu me permito permitir
Chorar pular cantar rir brincar amar
Apesar de tudo

Supero meu mundo todo
De mim ou do que me cerca
Das tristezas que sendo fartas
Esvaziam-se por gestos raros
E provas de amor inatas

E não desisto por nada
Pois certeza versus esperança
Em corpo meramente mortal
Só saberemos que acabou
Quando chegar o ponto final.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Feliz Dias dos Professores

Eu joguei pólvora na linha que a Cruz de Cristo deixou no chão
Nela eu minei o rastro com toda veemência
Não espantei os abutres que se alimentavam do sangue que pingava
Nem espantei os falcões que atacaram os abutres

Dinamitei as ruas que se formaram do ratro de sua dor
Assoei o nariz no santo sudário
Coloquei no meu rabo o escapulário
E vomitei pra não aproximarem do seu túmulo

Hoje sinto o toque do enxofre
A cicatriz das asas cortadas
No meu reino crio almas penadas
E escuto o síbilo sutil das dores alheias

Pois então acordei
E vi que o enxofre era apenas pó de giz
Os gritos eram de crianças
ensandecidas
Na minha frente havia uma pauta de notas
Me acordei professor no reino dos iludidos!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Hexacampeão

Tarde de quarta-feira, céu azul, sol escaldante das duas da tarde e... estávamos trabalhando. Eu e um grupo de amigos tínhamos que apresentar os resultados das nossas pesquisas em um local público, de fácil acesso a qualquer cidadão. Não era uma tarefa difícil, mas, à medida que montávamos a exposição, o calor nos incomodava mais.
Assim que conseguimos um tempo para conversar, chegamos à conclusão que todos precisavam de uma cerveja gelada para acalmar os ânimos – não que fôssemos alcoólatras, mas éramos estudantes. Procuramos a padaria mais próxima e discutimos um pouco, até decidir qual marca comprar. Assim que chegamos a uma conclusão – mais individual do que coletiva, visto que cada um escolheu uma cerveja de marca diferente – seguimos para o caixa.
Paguei minha cerveja e encontrei um amigo, conversei um pouco com ele enquanto os outros pagavam a cerveja. Logo uma amiga se juntou a nós e ficou analisando sua latinha. Vimos que ela estava toda desenhada com os logotipos da Copa Mundial de Futebol que tinha ocorrido meses antes, e pensamos que a cerveja poderia estar fora da validade. Depois de analisarmos um pouco a situação, resolvemos que ela poderia tomá-la assim mesmo. Ela concordou e abriu o lacre.
“HEXACAMPEÃÃÃÃÃÃÃO!”
Com o susto, cada um de nós se afastou o máximo que conseguiu da latinha escandalosa. Ela foi parar no chão depois de ser aberta e começar a gritar desesperadamente – sim, a latinha! Todas as pessoas que passavam por aquele local tomaram um susto tão grande quanto o nosso, inclusive as balconistas da padaria e os clientes mais próximos. Depois do susto, começamos a rir ao perceber que se tratava de uma latinha premiada da promoção ocorrida durante a transmissão dos jogos da Copa. Foram criadas latas especiais que soltavam o “grito da torcida brasileira” quando abertas, com o objetivo de estimular a torcida durante os jogos da seleção – e o consumo, é claro.
Depois dessa história toda, o que mais nos deixou revoltados além do fato de a Copa já ter acabado, da seleção brasileira de futebol não ter sido campeã e da latinha ter começado a fazer um escândalo no meio da rua, foi o fato de termos que voltar para o trabalho sem beber a cerveja.

domingo, 10 de outubro de 2010

Vagalume - PASIÓN - Sarah Brightman

Amar é renascer todos os dias.

Bem, esse é um texto dedicado a todos aqueles que precisam de um "empurrãozinho" para sair da inércia emocional. Sei que muitos vão questionar: "Como ela pode escrever sobre isso se está sempre se queixando da sua vida amorosa?", e eu respondo, de antemão, que se eu me lamento das minhas desventuras emocionais em série é porque estou viva, é porque eu não desisto de tentar acertar, é porque eu não me encolho num canto por medo de sofrer. "Quebrar a cara" faz parte do doloroso e longo processo de crescimento.
Eu, e muitos leitores, já passamos por algumas separações na vida: separações de amigos que vão para outros lugares e tomam outros rumos, separações de entes queridos cuja missão nesta terra já foi cumprida, separações de amores que cansaram de nós e nós deles. Dos amigos sentimos saudades, mas sabemos que eles estão a um clique de distância; dos que já se foram sentimos a dor da perda irreversível, mas dizemos que a vida tem que continuar. Então por que na separação de um amor algumas pessoas querem se enterrar no medo? Por que alguns se refugiam na própria insegurança ou no sofrimento? O que eu vejo é muita gente procurando desculpas para fugir da liberdade, porque já estão tão acostumados ao "cativeiro", que lhes falta coragem para tomar a vida nas mãos, pois isso acarreta escolhas, escolhas pessoais e intransferíveis que não poderão ser creditadas na conta do outro se forem as erradas. Por mais traumática que tenha sido a experiência anterior, muitos acham que é pior ser livre no deserto do que escravo no Egito (Êxodo 16:3), ou seja, é melhor ficar lambendo as feridas e vivendo do passado do que abrir o coração e buscar um novo amor. E olha que alguns sortudos nem precisam procurar, o novo amor, literalmente, toca seu interfone, mas esses Mr. Magoos fazem cara de paisagem e, muitas vezes, perdem o bilhete premiado!
Olha só, gente, a vida está passando! De nada vai adiantar ficar se lamentando, dizendo que o ex fez isso e aquilo... A melhor resposta que se pode dar é viver, partir para outra e ser feliz, escandalosamente feliz. Sem essa de que não está preparado para um novo relacionamento porque essa desculpa não cola! Ninguém está preparado para o novo, para o desconhecido; no entanto, nós o vivenciamos todos os dias, a cada minuto. Assustador? Sim, mas já pensaram em quantas situações felizes podem estar contidas nesse "novo" relacionamento? Basta acreditar que amar vale a pena.
Caro leitor, o Ministério da Saúde garante: "Amar é benéfico à saúde". Amar faz bem ao coração e à alma, revigora, fortalece o espírito e dá motivação para enfrentar o dia-a-dia (já percebeu que quando se está apaixonado os problemas são mais fáceis de resolver?), rejuvenesce, faz bem à pele, ao cabelo e aos olhos; o ato amoroso relaxa, emagrece e traz bem-estar mental. Como é bom beijar, abraçar, andar de mãos dadas, deitar no colo, sentir as mãos da pessoa amada acariciando seu corpo... Por que deixar para amanhã a felicidade que se pode ter hoje? Não estou tratando de prazer imediato, barato, desses que se compram em qualquer esquina; não, estou falando do prazer carpe diem, da felicidade de viver o amor agora e não depois, pois pode não haver depois, pode não haver tempo! Não estou agourando ninguém, nem sendo fatalista, mas quero que vocês lembrem que a vida é curta demais pra desperdiçar tempo preocupados com incertezas, medos, inseguranças e traumas. Tenham sempre em mente que o amor, quando genuíno como o de irmãos, de pais e filhos, nunca pode ser roubado ou destruído, estes sobrevivem ao tempo e às intrigas; porém o amor Eros, esse, pode morrer por inanição e descuido.
Então, a todos os que estão na dúvida se devem ou não se entregar a um novo amor, a uma paixão, vai aqui a minha sugestão: liberem seus corações, atirem o passado no abismo, amem muuuuuito e se deem o direito de ser felizes, parem de se boicotar e de boicotar quem quer amar vocês. É hora de renascer!

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