quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Modernidade

- Alô...
- Oi querida, que bom ouvir sua voz!
- Querida é o cacete...a única coisa que não sou para você é querida!
- Como assim, tá maluca?!
- Quer saber, naquele nosso primeiro encontro eu te achei o máximo, depois comecei a perceber que você é bem menos interessante quando estou sóbria... até pensei que você tivesse mau-hálito, por isso sugeri que comprássemos chiclete, mas nisso tenho que fazer justiça: eu estava enganada...
- O quê?
- Não terminei... você definitivamente não tem os olhos do Brad Pitt nem tampouco o perfil do Rodrigo Santoro...até que você é bonitinho e não é um cara burro, mas essa mania de ser sempre metido a engraçadinho por vezes enche o saco...nem tudo que você fala aparentando um tremendo sarcasmo refinado é tão sofisticado assim e tenho certeza que não leu todos os livros que vive dizendo que leu...
- O que é isso?! Resolveu fechar pra balanço e ter um ataque bomba de sinceridade?! Não estou entendendo nada e não me lembro de ter pedido para ser tão franca assim e dizer exatamente o que você pensa de mim!
- E tem mais...até que nosso beijo combina, temos uma certa química, mas você também não é tão bom de cama quanto pensa ser, as vezes é rapidinho demais...
- O quê?
- Mas quer saber, o pior de tudo é ser um canalha mentiroso, poderíamos até dar certo e achava que estava quase apaixonadinha por você....mas deve lembrar que havia mencionado que não tolero mentira e você ainda ironizou dizendo que essa é uma das frases mais típicas do universo feminino...mas que essa mulherzinha aqui leva cem por cento a sério!
- Tem certeza que não está interessada primeiro em respirar pelo menos antes de continuar me detonando e segundo me explicar exatamente o que está acontecendo?!
- O que está acontecendo?! Acessei seu ORKUT e no perfil dizia que você tinha namorada! Quatro meses me enganando! Não teve a decência de me deixar escolher se queria ou não isso para mim!
- A é isso?! Até ontem, se tivesse xeretado meu ORKUT antes, estaria escrito solteiro. De noite, pensando em nós resolvi mudar a droga do meu perfil para namorando...você, no caso, sua tonta! Queria te fazer uma surpresa, mas não imaginava que na sua visão eu era praticamente um micróbio ou um estrupício com tantos defeitos...
- Que fofo! Então somos namorados de verdade? Você é uma gracinha...eu juro que sempre achei que de perfil você é a cara do Rodrigo, só que com os olhinhos do Brad Pitt e mais, naquela noite...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DIAS

Todos os meus dias iguais são diferentes. Mania insana de “gente Poliana”: teimar em ver o lirismo que não existe no dia-a-dia ... Ou será que existe?

domingo, 19 de setembro de 2010

Concurso para políticos (Desçam ao Inferno!)

Prova atrás de prova, horas sentada em uma cadeira desconfortável, sendo vigiada como uma presidiária, queimando todos os meus neurônios, depois de passar dias estudando como uma louca, pra quê?? Para tentar uma reles vaga no serviço público, em um cargo que nem demanda tanta responsabilidade assim. Então em meio ao desespero básico que bate depois da quinquagésima questão, a minha mente começa a divagar, seja em que concurso for; o último foi o do MPU, em meio à perguntas sobre Direito Constitucional, Administrativo, legislação disso e daquilo e mapeamento de competências, fiquei pensando por quê eu tenho que passar por essa Via Crucis, enquanto dezenas de cretinos no horário político infernal gratuito sequer têm o Ensino Médio!
Ah, gente, isso me revolta!!! Por que eu tenho que ser o Einstein para concorrer a uma vaga de Analista Administrativo? Se pra ser político não precisa de um décimo desse conhecimento... Tem cada figura absurda, saída de filme de terror. Socooooorroooo! Se eu tenho que prestar concurso para ser funcionária pública e servir ao meu país, quanto mais os membros do Legislativo e do Executivo! Esses deveriam prestar o Enem, o Vestibular, o Concurso Público e passarem por várias sabatinas antes mesmo de cogitar uma candidatura! Um político deve estar apto, conhecer a Constituição de fio a pavio, fazer curso preparatório para quando se sentar em uma daquelas cadeiras do Congresso, da Assembléia Legislativa, da Câmara e dos Palácios, não fazer como uns e outros e ser mais um sanguessuga inútil. Não quero um "zé ruela" me governando e ditando as regras do meu país e da minha vida.
Não vou ser tão injusta a ponto de colocar todo mundo dentro do mesmo balaio, sei que existem políticos honestos, capazes, inteligentes e Graças a Deus por eles, mas pelo que eu vejo no Otário Eleitoral Gratuito e pelo que eu já vi nesses bons anos de vida... ai, que tristeza! Estamos descendo a ladeira e sem freio de mão!
Estou azeda mesmo, pois no próximo sábado tenho mais um suplício me esperando, enquanto nossos maravilhosos candidatos vão se divertir às nossas custas, fingindo que gostam do povo pelas ruas, sorrindo, abraçando, beijando e prometendo mundos e fundos aos mais crédulos, pois nisso eles são Ph.D.. Ih, será que eles sabem o que é Philosophiae Doctor?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sexta às nove (52)

Sua dose semanal de remédio musical.



Não sou Calvinista, mas existem coisas que são boas demais para terem sido obra do acaso.

Tom e Vinícius são o tipo de coisa que não seriam se não fossem os dois.

Vinícius eu conheci por meio do mentor desse Sarau virtual. Naquela sala branca e azul com cadeiras sobre-postas, Calixto me fez atentar e apaixonar pelo poetinha. Dele vim a conhecer o Tom Jobim. Pronto, estavam decretados meus dois inafastáveis mentores musicais. Foi mais forte do que eu.

E essa música em particular me atacou numa meio de dia abafado, desses iguaçuanos.

"Mas o amor sabe um segredo
o medo pode matar teu coração"

Não preciso falar mais nada, Camará. Os olhos desse Rimbaud às avessas diz tudo.

É água de beber.

Aproveite.

sábado, 11 de setembro de 2010

Sexta às nove (51) - atrasado

Sua dose semanal de remédio musical.



Caetano.

Caso vocês não lembrem, faz um tempo que disse aqui que "não devo levar Caetano a sério". Bom, talvez ele não me seja tão afeto como pessoa, mas preciso sucumbir a sua capacidade musical. Primeiro por vê-lo no documentário "uma noite em 67" (indico) literalmente vergando a platéia diametralmente, fazendo-os mudar das vaias para a ovação completa e unânime. Segundo por essa música. Cajuína.

Começando com uma pergunta clichê, ele vai tecendo sua melodia de um jeito a fazer você entender não entendendo o que ele disse. Como se as palavras não fizessem sentido se ditas puramente, mas com a melodia fizessem um pouco de sentido.

Isso se chama música da boa!

E caso vc queira saber da história dessa música, clique aqui, vale a pena.

Aproveite.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cala a boca que eu quero dormir!


É impressionante como tem gente que realmente não consegue se limitar ao próprio espaço, e por questões que eu nunca saberei explicar e muito menos entender, precisa da atenção de qualquer um, a qualquer custo. O caso mais famoso de carência explícita é a viagem de ônibus. E isso tende a piorar quando o seu destino – e, por azar, o do infeliz sentado ao seu lado – é outro estado, que parece estar localizado em outra galáxia.
É um tempo que naturalmente já demora a passar, mesmo com a persistência de um olhar suplicante ao relógio, que insiste em retroceder a cada espiada. Você pensa que o pior não é estar ali, com um inconveniente ao seu lado, e tenta manter sua cabeça em qualquer lugar do mundo, ou até fora dele – desde que seja bem longe daquele ser estranho. Mas, depois de minutos que parecem uma eternidade, percebe que por maior que seja a sua tentativa, ela é inútil, pois os “ahans” ditos por mera questão de educação parecem roubar toda a sua concentração.
Tudo o que você queria, quando achou a sua poltrona, se acomodou lá e colocou os fones de ouvido era realmente ouvir suas músicas em paz, ler umas duas ou três placas indicando cidades diferentes e, depois, cair no sono. Foi tudo o que eu não fiz.
– Licença... Você vai fazer alguma prova? – já revirei os olhos e rezei para que ele não tivesse muita criatividade para uma conversa com estranhos.
Tive que tirar um dos fones e diminuir o volume. Respondi o necessário, mas não pude deixar de perguntar sobre qual prova o indivíduo estava falando. Ao contrário de mim, ele começou seu longo discurso, que por meio de algumas conjunções foi conectando a outros, outros e outros.
Desliguei o mp4 e guardei na mochila, afinal, não conseguiria mesmo ouvi-lo. Mas me arrependi subitamente, pois foi aí que ele realmente começou a construir seu monólogo. Vi-me sem saída e mesmo que por educação, entrei no assunto.
– Prova? Não. Nem sei de prova nenhuma. Você vai fazer? – já sabia que tinha feito uma pergunta idiota, mas não consegui pensar em nada com mais de três palavras para dizer.
– Não. Eu estudo em Barbacena e blábláblá.
A partir daí, eu não prestei atenção em uma palavra que foi dita. Ele era até bonitinho, e eu poderia até pensar em conversar com ele por interesse, mas eu realmente estava sem paciência, cansada, com sono, fome e TPM.
Sem contar que com dez minutos de uma conversa em que eu não lembro nem uma frase, ele me pede para lembrá-lo meia noite e meia, para ligar para a namorada. Então, meu único motivo sólido para deixá-lo falar foi por água abaixo. E foi quando eu percebi que já eram quinze pra uma da manhã e ele persistia na tentativa de construção de uma conversa.
Nessa hora eu pensei melhor e me arrependi de não tê-lo feito antes. Era tão simples fugir, bastava virar pro lado, e por menos que eu conseguisse dormir, era fácil fingir. Pelo menos pra mim, era! Foi o que eu fiz. Numa tentativa frustrante de me desvencilhar de um garoto carente e sem sono sentado ao meu lado. Mas ou ele fingiu não perceber, ou de fato não percebeu. Enfim... Continuou falando, falando e falando.
Talvez eu já possa escrever um livro sobre ele, tipo uma biografia. Um garoto de uns vinte e poucos anos, como diria a minha avó, “até bem apessoado” e com uma namorada muito ciumenta. Mora em Campo Grande – meus pêsames – mas estuda em Barbacena. Apesar de ser bem modesto, estuda na Escola da Aeronáutica, pois sempre sonhou em ser piloto, e ama fazer isso. A namorada mora no Rio e, por isso, volta todo final de semana para visitá-la. E apesar de ter alcançado seu sonho de criança, se arrepende de ter ido pra tão longe de casa, e tem uma pequena pretensão de voltar para seu estado, mesmo que seja para cursar o ensino superior na Marinha, já que a vida de piloto é muito nômade – palavras dele.
Um breve resumo das poucas coisas que consegui captar, mesmo não expressando opinião alguma sobre tal. E depois de umas duas horas me contando sobre sua longa vida, finalmente resolveu ir ao banheiro. Aproveitei essa hora para realmente dormir, já que tive um dia cheio e muito cansativo, assim, ele chegaria e eu estaria de fato dormindo.
Com a graça de Deus, consegui dormir e, pelo jeito, ele também. A cada solavanco mais agressivo do ônibus me batia uma fobia absurda de que ele me visse acordando e resolvesse abrir aquela matraca novamente. A minha sorte é que sou uma exímia atriz, e manipulei a situação para que ele não percebesse nada.
Ele desceu duas cidades antes de mim, e finalmente consegui terminar a viagem em paz. O que me deixou realmente frustrada foi chegar ao meu destino e passar por essa situação outra vez. Só que agora, era alguém que eu podia simplesmente falar um “cala a boca que eu quero dormir” daqueles bem sonoros. Era a minha irmã quem não parava de falar!

Por Bárbara e Paula Zdanowsky

domingo, 5 de setembro de 2010

O HOSPITAL

“Droga! O plantão parece sem fim hoje.”, Marcus pensou enquanto caminhava pelo longo corredor do hospital. Sentia dores por todo o corpo. Por que tinha aceitado esse cargo? Não precisava dele nem pelo salário, nem pelo status. Aliás, que status há em ser assistente do médico legista? A única coisa de que tinha certeza era que estava trabalhando demais e ficando cada dia mais parecido com os “hóspedes” do morgue: sem cor e sem vida!
Desde a morte de Zac, seu melhor amigo e colega, sentia uma necessidade imbecil de mergulhar no trabalho. Só assim não sobrava tempo para pensar nas circunstâncias do acidente que matou Zac. No entanto, sempre que tinha uma brecha, um tempo ocioso, as lembranças tomavam conta da sua mente. Recordava o início da amizade entre eles na faculdade de Medicina, o jeito “excêntrico” do amigo – aliás, não sabia, até hoje, se essa excentricidade estava mais para mentira ou fantasia –, relembrava as festas, os amores, tantas coisas... E agora tudo estava virando pó. Sentia-se culpado. Talvez, se tivesse levado à sério os relatos do amigo...mas não! Creditou tudo à compulsão por mentir e à imaginação fantasiosa de Zac. “Ah, Sr. Zacarias, será que dessa vez você tinha razão? Bobagem!”.
Nas últimas semanas que antecederam sua morte, Zac disse que andava ouvindo vozes, que se sentia observado e perseguido quando passava pelo mesmo corredor que ele, Marcus, caminhava agora, durante os plantões noturnos. Zac andava nervoso, desatento, chegou a trocar as identificações de dois cadáveres, um verdadeiro desastre.
Sem perceber tinha parado em frente ao elevador do 6º andar, local do fatídico acidente, lançando um olhar vago para o fundo do poço escuro, distante. Por um instante teve a impressão de ver, através da porta pantográfica, o corpo inerte do amigo. “Pare com isso Marcus ou você vai acabar como o Zac!”, disse para si mesmo e foi buscar o material que o legista-chefe, Dr. Benjamin, havia lhe pedido há mais de 15 minutos.
Assim que cumpriu sua tarefa, voltou ao corredor deserto decidido a tirar uma soneca antes do lanche da madrugada. Ficou contemplando o pé-direito altíssimo, característico das antigas construções. Aquele edifício datava do século XIX e tinha o odor dessa época, parecia que estava impregnado nas paredes. À noite, a iluminação fraca projetava sombras sinistras e o silêncio dos últimos andares era quebrado pelos gemidos de dor dos pacientes do quarto andar, ruídos fantasmagóricos... Talvez esses sons tivessem contribuído para afligir ainda mais o espírito perturbado do seu falecido amigo.
Adormeceu e teve um sono agitado. Sonhou como há muito não fazia ou não lembrava que fazia. No sonho andava pelos corredores escuros do hospital, empurrando o corpo de um jovem que havia sofrido um acidente durante uma escalada. Ele tinha a cabeça fraturada, uma fratura tão grande que era possível ver a massa encefálica, além de estar com a clavícula exposta e o corpo todo escoriado. Os ferimentos eram feios e, apesar da limpeza superficial que os enfermeiros haviam feito, o corpo tinha muito sangue ressecado cobrindo a pele.
De repente, o cadáver sentou-se na maca e começou a falar com uma voz rouca que parecia vir das profundezas da Terra, mas que, contudo, lhe parecia familiar. Ele, Marcus, empurrava a maca como que hipnotizado, seguindo o comando daquela voz que trazia as lembranças da faculdade, despejando ressentimentos, mágoas, invejas. Era a voz de Zac!
Pararam à beira do elevador. O morto levantou-se, contornou a maca, abriu a porta pantográfica e do poço várias vozes clamaram. Marcus sentiu apenas o toque gélido e suave de uma mão nas suas costas. Fechou os olhos e mergulhou.
Despertou assustado sentindo seu corpo extremamente solto e a lufada de vento no seu rosto. Esfregou os olhos, achando que estava sonhando dentro do sonho, mas quando conseguiu abrí-los só teve tempo de enxergar a escuridão final.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sexta às nove (50)

Sua dose semanal (?) de remédio musical.

Bilbo Bolseiro, conversando com seu amigo Gandalf disse certa vez que cinquenta era um número um tanto sinistro talvez porque ele comemorou seu quinquagésimo aniversário saindo numa aventura com um bando de anões em busca de um tesouro guardado por um velho dragão.

Mas, aventuras fantásticas de lado, realmente o Sexta às nove número 50 também relutou a aparecer, talvez por medo, ou por coincidência.

E para uma acontecimento singelo e marcante, uma música de igual quinhão. Uma que tem sido frequentadora fiel de meus pensamentos e seus acordes nas minhas mãos ao violão e sua melodia em minha garganta.

Aqui, Cartola nos ensina sobre a vida como poucos. Numa simples canção, ele manda um grave alerta a qualquer um que não tenha o costume de repensar por onde "cai um pouco a tua vida"

Ouçam-no bem. O mundo é um moinho.

Cinema, letras e pessoalidades I: Viagem à Lua (1902) – dá para ver no YouTube!!


Impressionante a obsessão de nós seres humanos pelo obscuro, o desconhecido. Neste filme que, salvo engano, é o primeiro do gênero ficção científica – claro algo foi feito antes do Spielberg e do Lucas – feito apenas sete anos depois da invenção dos irmãos Lumiére e quatro anos depois do voo real de Santos Dumont. Assim, salta aos olhos a sedução e a longevidade do tema da viagem ao espaço e da colonização da Lua. Detalhe: o roteiro fora escrito pelo obsedado J. Verne!

Certeza e crença na capacidade humana não faltava à época: ferrovias, telefone, os “micróbios” e vacinas de Pasteur e Koch, a dominação – à ferro e à fogo – da África e da Ásia com o imperialismo, deveria garantir aos europeus muta segurança e fé na ciência

Nesse contexto é que se desenrola a trama de curtos oito minutos da ainda engatinhando sétima arte. Chama atenção a frequente e irritante “trilha sonora” tocada, ao que parece, ao vivo por um piano ao lado da tela de projeção e a ausência de um roteiro independente das cenas, que na medida exata em que ocorriam eram simultânea e pateticamente narradas, até nos detalhes mais banais como um personagem que caía num balde de água ao construir o “foguete espacial”. Nem essa algo ridícula cena pastelão “autoexplicativa” deixaria de ser literalmente verbalizada pelo narrador!

Quanto os sofisticados e destemidos “homens de ciência” aterrizaram na Lua, vemos alguns elementos que se tornaram quase arquetípicos nesse tipo de película: uma topografia diferente e fantástica (cogumelo gigantes, montanhas...); vidas extraterrestres – que possuíam formas e tamanhos mais ou menos como os nossos (como os “marcianos” dos filmes mais atuais); a guerra dos mundos (ops! O Spielberg de novo) travada … com vitória dos humanos, naturalmente...

Mesmo que o Armstrong décadas depois do filme e num novo contexto de disputa hegemônica – agora na conta da Guerra-Fria – tenha desbravado e desmistificado a Lua, esse clássico do cinema que nos causa tantos estranhamentos do ponto de vista de sua estética e linguagem, ainda nos diz muito sobre os anseios de conquista das “nações civilizadas”, seja contra “marcianos” ou “lunáticos”; “amarelos” e “negros”; “comunistas” e “terroristas”, ou qualquer outro inimigo inventado ou real.

Comentário Rápido