Há tempos possuo uma ideia fixa, que vou destilá-la agora, pois cheguei a um limite e preciso de luz. Tive a ideia de abrir um centro cultural de promoção ao encontro. Sei que há um quê de reflexo da minha atual carência, da minha frutífera incapacidade de me relacionar com uma máquina e preferir as pessoas, graças a Deus, preferi-las. Não vou negar que sou um tímido nato – apesar de meus amigos me conhecerem como um falastrão de piadas baratas, mas firmes e gostosas. Sou do papo, da troca, do refil de cachaça, dos excessos de risada, do campeonato de arroto, da disputa de cusparada e de tudo mais que seja mesquinho, mas gostoso de se lembrar.
Lembro-me de boas situações, que sempre fiz questão de contar sem rodeios – claro, alguns floreamentos são bem-vindos – como me é o caso da Pomba, ou do amigo de grupo literário que veio aqui na casa de Araruama e confundiu um desinfetante de Eucalipto Coala com desodorante e ficou todo queimado, ou quando em Nilópolis, depois que eu cai bêbado, outros amigos de grupo literário me besuntaram de cola colorida, só descobri isso dia seguinte, quando acordei colado à parede. Memorável. Todas essas cenas, por mais grotescas que são, são a boa parte da memória, daquilo que me gera nostalgia ou me faz rir quando sem motivo numa fila de banco essas memórias todas me vêm. E como são gostosas. Por isso, resolvi abrir um local de promoção ao encontro, à memória, em suma, à Nostalgia. Peguei de um neologismo do amigo Vidal e somei as duas ideias. Está aí, uisqritório nostalgia.
À priori, o lugar vai funcionar da seguinte maneira. À base de doações de todos os tipos de velharia que as pessoas quiserem se desfazer. Sim, estou aceitando todas as velharias que vocês estiverem à fim de desapegar-se. Livros, cds, dvds, fitas cassete, vhs, vinis, cards, revistinhas em quadrinhos, enciclopédias, móveis antigos, vitrolas, tudo, e não mais do que tudo, eu estou aceitando. Consegui boas coisas, um desses centros eu estou montando dentro de uma escola pública em que trabalho. Já serão quinhentos livros, dois computadores, uma impressora, estantes cedidas pela própria escola. Com o próprio grêmio estudantil estamos montando um sarau e um jornal de circulação local, gratuitamente. Consegui uma boa quantidade de títulos, entre eles, duas coleções completas de Machado de Assis, tanto livros quanto dvds sobre a obra do Grandioso, e mais alguns bons títulos, todos em perfeito estado de conservação e ao mesmo tempo esquecido em porões ou caixas que estavam acumulando poeira. Já consegui cinco computadores, dois bem antigos, cds de jogo dos mais diversos (algo em torno de uns duzentos – entre eles THE SIMS com todas as expansões, DOOM I, II, III originais e mais um monte, não deu para catalogar tudo), duas mesas de sinuca, duas mesas de pingue-pongue, uma de totó, videogames dos mais diversos (dois PLAYSTATION I, SUPERNINTENDO, MASTERSYSTEM, MEGADRIVE, e mais alguns que estão vindo como GAMEBOY, GAMECUBE, NINTENDO 64 e um ATARI), vinis acho que uns cem, uma máquina de escrever, coleção completa de clássicos da literatura Russa, um monte de aparelhos antigos, como vitrola e aparelhos de vhs, mangás do Naruto, gibis da turma da Mônica, um montão de coisas. E quero mais.
Mas eu não vou ficar apenas em organizar e distribuir. Estou alugando um espaço, junto com mais alguns amigos, pensando em montar um bar, tipo um café literário, com espaço para showzinhos e organização disso tudo que já tenho. Por isso, preciso de mesas, cadeiras das mais diversas, material de música, como mesas de som, cabeamento, baterias, instrumentos, o que mais puder vir. Se algo estiver estragado, não é o problema, estamos dispostos a consertar, até por questão ecológica mesmo, que é um dos nossos apelos. No local, haverá tipo um centro de reciclagem, de todo o material produzido que possa ser destinado para isso. Nada será novo, tudo é de doação e reaproveitado.
Sei que pode parecer altruísmo, romantismo encalacrado ou utópico, mas é possível montar um lugar como esse. Até mesmo para eu poder trabalhar menos, estar mais junto das minhas meninas e dos meus amigos, aqueles que me ligam, que me exigem presença, ou me pedem mais atenção. Mas, minha ganância, minhas contas, minhas metas, meus sonhos mais possíveis, minha escravidão pelo status social me rende as forças e me move para mais trabalho. Não que eu seja workaholic, mas prisioneiro demais de minhas vontades. Elas estão passando, pelo simples julgamento de frugalidade, porém que ainda me perseguem, sim, me perseguem. Só que posso usar o uisqritório como fonte de perseverança, como trabalho de uma vida que se planta na bandeira da proximidade, do comum, do risível e do risonho. Quero rir com todos os meus amigos, até que a bochecha se rasgue de tanto gargalhar.
Pode até não ser muito prudente divulgar uma ideia que sei que pode dar muito certa. Mas como disse, preciso de uma luz, pois procuro parceiros para a empreitada. Pessoas que talvez tenham o local e que queiram participar disso também. Estou aberto a propostas. Bastam me mostrá-las. Vamos modificar um pouco o nosso mundo, pois ele está sendo um tanto determinista em nossas convicções. Minha sogra mesmo me disse que a minha geração nasceu preguiçosa. Temos controle remoto, temos um excesso de programação televisiva, comida rápida e tudo pré-pronto. Vemos gente em excesso, temos seus orkuts, seus twitters, seus celulares, mas não temos suas confissões mais íntimas, aquelas dotadas de vozes baixas, com todo aquele peso de sinceridade. Como já disse, não mais nos apaixonamos pelas pessoas, mas por suas fotos. Não mais conversamos, ligamos o MSN. Não mais trocamos confissões, mandamos email. Não mais escrevemos cartas de amor, mandamos um POSTCARD romântico. Sei que rosas são caras e internet já está paga, só que há um limite para tudo. O que eu quero com esse lugar é poder diminuir essa barreira que se estende e poder montar um local que seja agradável para todos, como forma de saírem de casa e lá haver pessoas de todos os agrados para trocarem, se entreterem e poderem se divertir ao máximo. Um local tendo o maior acervo de passado e presente, para criar momentos e futuros dos mais distintos. Um local para todos. Que se divinize com o tempo e que faça a todos refletirem um tanto de nossos caminhos. É para isso que quero o Uisqritório Nostalgia. Para a eterna diversão de existir.
Lembro-me de boas situações, que sempre fiz questão de contar sem rodeios – claro, alguns floreamentos são bem-vindos – como me é o caso da Pomba, ou do amigo de grupo literário que veio aqui na casa de Araruama e confundiu um desinfetante de Eucalipto Coala com desodorante e ficou todo queimado, ou quando em Nilópolis, depois que eu cai bêbado, outros amigos de grupo literário me besuntaram de cola colorida, só descobri isso dia seguinte, quando acordei colado à parede. Memorável. Todas essas cenas, por mais grotescas que são, são a boa parte da memória, daquilo que me gera nostalgia ou me faz rir quando sem motivo numa fila de banco essas memórias todas me vêm. E como são gostosas. Por isso, resolvi abrir um local de promoção ao encontro, à memória, em suma, à Nostalgia. Peguei de um neologismo do amigo Vidal e somei as duas ideias. Está aí, uisqritório nostalgia.
À priori, o lugar vai funcionar da seguinte maneira. À base de doações de todos os tipos de velharia que as pessoas quiserem se desfazer. Sim, estou aceitando todas as velharias que vocês estiverem à fim de desapegar-se. Livros, cds, dvds, fitas cassete, vhs, vinis, cards, revistinhas em quadrinhos, enciclopédias, móveis antigos, vitrolas, tudo, e não mais do que tudo, eu estou aceitando. Consegui boas coisas, um desses centros eu estou montando dentro de uma escola pública em que trabalho. Já serão quinhentos livros, dois computadores, uma impressora, estantes cedidas pela própria escola. Com o próprio grêmio estudantil estamos montando um sarau e um jornal de circulação local, gratuitamente. Consegui uma boa quantidade de títulos, entre eles, duas coleções completas de Machado de Assis, tanto livros quanto dvds sobre a obra do Grandioso, e mais alguns bons títulos, todos em perfeito estado de conservação e ao mesmo tempo esquecido em porões ou caixas que estavam acumulando poeira. Já consegui cinco computadores, dois bem antigos, cds de jogo dos mais diversos (algo em torno de uns duzentos – entre eles THE SIMS com todas as expansões, DOOM I, II, III originais e mais um monte, não deu para catalogar tudo), duas mesas de sinuca, duas mesas de pingue-pongue, uma de totó, videogames dos mais diversos (dois PLAYSTATION I, SUPERNINTENDO, MASTERSYSTEM, MEGADRIVE, e mais alguns que estão vindo como GAMEBOY, GAMECUBE, NINTENDO 64 e um ATARI), vinis acho que uns cem, uma máquina de escrever, coleção completa de clássicos da literatura Russa, um monte de aparelhos antigos, como vitrola e aparelhos de vhs, mangás do Naruto, gibis da turma da Mônica, um montão de coisas. E quero mais.
Mas eu não vou ficar apenas em organizar e distribuir. Estou alugando um espaço, junto com mais alguns amigos, pensando em montar um bar, tipo um café literário, com espaço para showzinhos e organização disso tudo que já tenho. Por isso, preciso de mesas, cadeiras das mais diversas, material de música, como mesas de som, cabeamento, baterias, instrumentos, o que mais puder vir. Se algo estiver estragado, não é o problema, estamos dispostos a consertar, até por questão ecológica mesmo, que é um dos nossos apelos. No local, haverá tipo um centro de reciclagem, de todo o material produzido que possa ser destinado para isso. Nada será novo, tudo é de doação e reaproveitado.
Sei que pode parecer altruísmo, romantismo encalacrado ou utópico, mas é possível montar um lugar como esse. Até mesmo para eu poder trabalhar menos, estar mais junto das minhas meninas e dos meus amigos, aqueles que me ligam, que me exigem presença, ou me pedem mais atenção. Mas, minha ganância, minhas contas, minhas metas, meus sonhos mais possíveis, minha escravidão pelo status social me rende as forças e me move para mais trabalho. Não que eu seja workaholic, mas prisioneiro demais de minhas vontades. Elas estão passando, pelo simples julgamento de frugalidade, porém que ainda me perseguem, sim, me perseguem. Só que posso usar o uisqritório como fonte de perseverança, como trabalho de uma vida que se planta na bandeira da proximidade, do comum, do risível e do risonho. Quero rir com todos os meus amigos, até que a bochecha se rasgue de tanto gargalhar.
Pode até não ser muito prudente divulgar uma ideia que sei que pode dar muito certa. Mas como disse, preciso de uma luz, pois procuro parceiros para a empreitada. Pessoas que talvez tenham o local e que queiram participar disso também. Estou aberto a propostas. Bastam me mostrá-las. Vamos modificar um pouco o nosso mundo, pois ele está sendo um tanto determinista em nossas convicções. Minha sogra mesmo me disse que a minha geração nasceu preguiçosa. Temos controle remoto, temos um excesso de programação televisiva, comida rápida e tudo pré-pronto. Vemos gente em excesso, temos seus orkuts, seus twitters, seus celulares, mas não temos suas confissões mais íntimas, aquelas dotadas de vozes baixas, com todo aquele peso de sinceridade. Como já disse, não mais nos apaixonamos pelas pessoas, mas por suas fotos. Não mais conversamos, ligamos o MSN. Não mais trocamos confissões, mandamos email. Não mais escrevemos cartas de amor, mandamos um POSTCARD romântico. Sei que rosas são caras e internet já está paga, só que há um limite para tudo. O que eu quero com esse lugar é poder diminuir essa barreira que se estende e poder montar um local que seja agradável para todos, como forma de saírem de casa e lá haver pessoas de todos os agrados para trocarem, se entreterem e poderem se divertir ao máximo. Um local tendo o maior acervo de passado e presente, para criar momentos e futuros dos mais distintos. Um local para todos. Que se divinize com o tempo e que faça a todos refletirem um tanto de nossos caminhos. É para isso que quero o Uisqritório Nostalgia. Para a eterna diversão de existir.
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