terça-feira, 2 de março de 2010

Segundas de Literatura XVII

Lêdo Ivo



Uma vez chegou-me uma seleta de crônicas sobre Lêdo Ivo aqui em casa, por cabo de uma pesquisa sobre bons escritores. Era um livro simples, daqueles voltados para organizações escolares, de bela capa, muito graciosa. Então me fui à leitura e descobri o que a poesia - em um esplendor de poeta - é capaz de fazer à crônica. A sutileza de suas imagens - e é nisso que temos que pensar em Lêdo, as imagens - mostravam-me um mundo que eu achei ser só memória - crônica. Aí vi o quão amplo o papel da crônica e do cronista pode ser diante dos fatos, da vida, do ambiente, do mundo. A crônica não é só cronológica, é uma declaração de amor a um tempo que já se foi. E isso aprendi com Lêdo Ivo.

Fantástico.

Esse vídeo, a cabo de uma entrevista na escada de um prédio, retrata a imagem de um poeta memorialista, que senta como uma criança, ri tal qual uma também, mas lembra o passado, agora que é mero passado, na carcaça de um homem vivido, que julga - possivelmente - já ser visto como um obscuro poeta. Tanto à entrevista em preto e branco, quanto à música - um piano jazzista bem melancólico - compõem uma atmosfera para lá de encantadora, mas ao mesmo tempo triste, traduzindo uma percepção sobre si do poeta: a proximidade com a Morte, por isso está apenas relendo os clássicos.


Uma entrevista para lá de sincera.

Aproveitem

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