domingo, 9 de maio de 2010

Mirante

Sem nada programado para o meu domingo entediante sozinha em casa, resolvi dar uma volta na rua e meus pés me levaram para o mirante da faculdade. Era um fim de tarde de verão, mas como tudo nessa cidade é diferente das outras, estava frio. Não um frio cortante, mas uma brisa gelada que incomoda o suficiente para sair de casa munida de um moletom. Sentei-me o mais próximo possível da paisagem, mesmo que aquilo me deixasse com medo de cair. O chão parecia distante do meu corpo, e isso me deu a sensação de voar. A cidade a minha frente tinha movimento, pessoas andando, ônibus e carros circulando pelos morros e becos em toda a parte. As nuvens pairavam sobre os pontos mais altos daquela vista alucinante. As luzes começavam a se ascender e isso dava um tom alaranjado à cidade. O anoitecer se aproximava e a temperatura caía com uma velocidade impressionante. Nada do que eu via parecia ser real. O azul quase marinho do céu misturava-se com o cinza das nuvens e o amarelo-alaranjado das ruas agora totalmente iluminadas. As pessoas passaram a ser vultos, e os veículos, pontos maiores de luzes e barulhos. Tudo era tão lindo e diferente que pensei que pudesse estar sonhando. Nada do que tinha visto na vida chegava perto do encanto que estava diante de mim. Parecia mágica. Só estando aqui para saber o que Ouro Preto esconde por detrás de suas montanhas.

Um comentário:

Cerestino disse...

Pois é, mesmo sendo um regionalista chatíssimo, tenho de admitir que as paisagens de Minas só não tem água salgada. Mas o mar é de morros.

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