sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sexta às Nove (53)

Sua dose semanal dde remédio musical.



Acho que cometi um crime dos mais imperdoáveis.

Explico: um amigo me recomendou a versão de Elis Regina da canção postada acima.

Então fui ouvir a tal versão... e não gostei.

É, também achei estranho. Gosto muito da Elis Regina, suas interpretações são vicerais e melhoram as músicas.


Por outro lado, sempre preferi as versões dos próprios autores das canções. Sempre achei que o compositor, o útero da obra parida (segundo a doutrina Calixtiana), teria algo a passar daquilo que dele saiu. E por experiência própria sei que cada pessoa que canta uma música, invariavelmente põe algo dela mesma na canção que canta. Mesmo que parece que o cantor nada fez, somente papagaiou a música, isso mostra que ele é oco. É fatal.

E com absoluta certeza Elis não era oca. Aquela baixinha tinha mais conteúdo do que muitos artistas juntos, somados.

Entretanto, entre a interpretação da Elis e dos Demônios da Garoa, preferi a destes. Não achei um vídeo de Adoniran cantando essa música toda, por isso não botei um vídeo dele mesmo cantando. Mas, por motivos estéticos, preferi a versão deles. Um samba, uma vez parido não se transforma em nenhum outro gênero. Não sem se revestir de um incômodo vazio. Mesmo transformar um Samba em Bossa, como fez Elis. Confesso: não aceito facilmente mudanças quando se trata de música.

Mãe é quem cria. E os Demônios da Garoa estão com essa criança há muito tempo.

Aproveite.

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