domingo, 12 de junho de 2011

A última carne do impacto

Veio-lhe em rápido
À galope de queda
Chocar-se em rocha
De construção universitária

De todos os seus vários uns
Rompido!
A se espalhar
Sem fórmica identidade...

Era de si um ser disforme
Apenas em base esquelética
Que se levanta sem disfarce
A chocar a quem o vê!

“Tem forma humana!”, dizem
Exclamam semelhanças
E aos poucos se refaz
Com as sobras carnificadas


“Estão todas ‘livradas’ de mim”, lamenta
Mas seu esqueleto palimpsesto
Incapaz de unir todas as forças
Tremia diante dos moribundos
Que se mexiam chorosos

I – De lá do céu, veio-se um raio
A juntar Órion em homem
Com a força de um martelo
Houve-se de chamar Marcelo

“Hei de me dar nome incomum”
Do mesmo ar que se veio
Deu-se Archie em nosso meio
Eis que surge o primeiro

II – A tremer como forma feminina
Olhos verdes, sinuosa sina
A pensar em todas as crises
Um palimpsesto – faz-se Eloise
Que se soma de mais um si
Trema – perene a ti

III – Há aquele de sangue ao meio
Olhos largos, riso rasteiro
Na guitarra um acorde a dá-los
“Começo-me por chamar de Carlos”
Mas muito se lê em Vinny

IV – Nas faces policísticas
Polimicrocromáticas tijucanas
Subidas-descidas do asfalto-tijolo
Surge o belo de seu rosto
Nasci para incesto-incomodá-los
“Meu nome será Pablo
Só me verão aqueles nas alturas”

V – Da penúltima fórmica face
Há o que se julga
“Reúne a face impura
De neologismos esdrúxulos”
A pensar heroísmos incautos
A viver só pelo átimo
Seu nome será só Márcio
De palimpsesto-Calixto
Que se levanta com dificuldades
De viver só para si

VI – Do esqueleto fortificado
Há o eterno que se existe
Dele em si vieram todos
A ganhar força pela cria

Antônio é a nossa vida
De onde se dá nossa vinda
Se para nós hoje há cores
Eis a nossa fonte,
Antônio Torres

Em esqueleto de eterna cria
Hoje não há um que se Trema
Diante do papel que se borra em tinta
Na última carne fortifica
Sangue de valor lancinante
És o nosso Quixote
Somos o seu Roncinante!

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