Agora a pouco, minha esposa, Você não precisa ser ciumento assim, por isso te conto tudo, e
fiquei pensando, sou mesmo ciumento?
Digo, sou sim. Mas por ser introspectivo, caladão quando posso, nunca fui de externar e foi com as palavras dela que cheguei à mesma conclusão. Sou um ciumento convicto, capaz agora de poder afirmar que este traço de minha personalidade está aqui, bem diante de mim, dedo em riste, Você o é, Sim, o sou, por que não?
Digo, sou sim. Mas por ser introspectivo, caladão quando posso, nunca fui de externar e foi com as palavras dela que cheguei à mesma conclusão. Sou um ciumento convicto, capaz agora de poder afirmar que este traço de minha personalidade está aqui, bem diante de mim, dedo em riste, Você o é, Sim, o sou, por que não?
O ciúme é a porta aberta para a doença, para a convicção da incapacidade de
autocontrole, para a clarividência das fraquezas, para o argumento incrédulo,
para a irracional demonstração de necessidade de preenchimento. O ciumento é um
eterno carente, que na proximidade da completude, da carência em extinção, se
desespera, se pronuncia com medo, fica armado para uma batalha que não existe.
Cria batalhas que o põem em xeque, Por
que isso tudo?, ela diz, Porque te
amo, quero te proteger desses que só pensam em te usar, digo, Você é assim com a outras?, Não, elas não me
interessam, a única coisa que me vale é você, mas aí já está a discussão,
ela se cala com o medo de um dia você pensar em cometer crimes passionais, tão
lindos nas estórias, tão inconsequente na realidade.
Você sabe que odeio armas, numa outra tentativa desesperada. Argumento, O meu problema é autoestima, você é muito gata, todos te querem, Mas eu não, e me vem a banda no dois pés, caio sentadinho sentadinho. Ela me estica a mão, me limpa, nenhuma poeira, por que será que me detém assim?
Você sabe que odeio armas, numa outra tentativa desesperada. Argumento, O meu problema é autoestima, você é muito gata, todos te querem, Mas eu não, e me vem a banda no dois pés, caio sentadinho sentadinho. Ela me estica a mão, me limpa, nenhuma poeira, por que será que me detém assim?
Meu
ciúme é meu espelho, meu demonstrativo de humanidade. Não quero que ela pense
que sou um doente derrotado nas mãos dela, mas que sou um eterno grato por
tê-la comigo. Entenda, eu que nunca tive ciúme de ninguém, agora passo a tê-lo,
será que isso não é bonito?
6 comentários:
claro que é! 99,9% da humanidade sente ciúmes, Calixto. São fases e fases. Conselho de amiga: quando rolar ciúmes, joga uma pitada grandona de bom humor aí no meio, que fica bem mais leve, rs! beijo!
Mas sabe, eu não me via ciumento. Essa é a questão, ela que alertou, e ria, desmesuradamente, ria. Deliciava-se de ver o marido sendo ciumento. Charminho, entendeu?
O ciúmes úmido sob nossas narinas anima muito no cume do coito, afoito ele aflora e a gente chora de medo de tê-lo. A graça esgarça e tudo se alivia. O ciúmes só cria essas tensões do dia a dia. Basta premeditá-lo e aguniar um pouco. Aproximar um corpo do outro e despencar nas inseguranças do amor.
Adoro ler Calixto!
Percebi que você adora ler, caramba, Roberta, vc está escrevendo muito. Muito mesmo. Gostei do que li, demais!!!
Que bom que você gosta! Você é responsável por parte disso!
Parte, sim, concordo. Mas o todo...
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