Verde mar diante dos meus olhos
movimento sistemático
mesmo que aleatório... parece ensaiado
como ondas se movem esses dosséis
Cativa meus olhos
a tão indescritível beleza dessa dança
em que cada folha se entrega
ao compasso que pelo vento é ditado
Majestoso espetáculo
prazeroso aos olhos descobertos
pura beleza e simplicidade
só aos olhos não acostumados
aí passa...
Bananeiras, amendoeiras
todas as formas e tamanhos
frondoroso e vivo verde...
esquelético e moribundo cinza...
Cada uma tem sua beleza
tem a peculiaridade
que a torna singular
linda...
No misto de tonalidades
diversidade de vida
me trouxe esperança
nesse estranho fim de tarde
onde, na terra do medo, me encontrei
desnecessariamente ansioso,
com o temor de que leve tristeza da saudade
se concretizasse na dor do indesejado
de ser chamado de perturbador
pesado, irrelevante e excedente
o que com tanto cuidado
foi esperançosamente cultivado
Naquela tarde aquilo acabou
pois entendi, ao contemplar as amigas árvores
que, da delicada rosa no canteiro,
à mais pesada sequóia...
o vento move todas as coisas.
2 comentários:
um texto delicado sempre vem de mentes sãs que conseguem transpor a delicadeza da própria vida. E assim move o vento...
muito bom texto Igor, de muito bom gosto...
obrigado mestre.
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