sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Sexta às nove (12)

Sua dose semanal de remédio musical.



Senhoras e senhores... e Calixto.

Com vocês um dos grandes mestres da música. Num show solo. Extremamente solo. Ele e... ele!

Aproveite.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Livros para todos

Livros para todos é um site onde vc pode baixar bons livros. Tem autores clássicos e "semi-lançamentos"

é uma boa pedida!

- Acabei de baixar dois do Karl Marx: O Manifesto Comunista e O Capital.

E para quem procura uma boa leitura cristã, minha dica é o site da Editora Restauração, mas explicitamente para os Livros de Frank Viola [Baixem TODOS]. Seus livros são de uma crítica aguda e relevante, coisa rara no atual mercado gospel ¬¬

abração gente!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Bom dia, amor.

A noite cai e não estamos sós.
Uma nuvem sublima,
E sublima também minha paixão.
vai e segue o rumo que lhe é própria
Vai e encontra quem desde sempre lhe era própria

Nada há que impeça
A via é una
E os espaços múltiplos
Daqui são somente morros e florestas,
Estradas e cachoeiras
Pedindo para serem transpostas

Quando chego você já sabe
Me espera, despida da amargura
A tristeza só tem espaço pra fugir
É só nosso tudo o que diz respeito ao amar.

Em poucos gestos e anseios
Temos o que podemos, e fazemos o que queremos
Somos só crianças, querendo se amar
E nos amamos e nos amamos.
Nem o tempo se atreve a passar

Vaidade é não viver perto de você
E ter que despertar para a solidão.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sexta às nove (11)

Sua dose semanal de remédio musical.

Eu sei que sempre que eu falo que o comentário será rápido ele tem umas 15 linhas, então dessa vez vou cumprir minha palavra.

O único comentário para essa música é que toda vez que a ouço sinto como uma faca cega e enferrujada cortar meu coração. Porque essa arte não retratou uma fantasia. E muita gente acha que sim.



Aproveite.

sábado, 15 de agosto de 2009

Uma carta ao meu irmão do meio

A velhice é redentora. Como vinho que se melhora, digo que a vida também nos faz envilesceire, como vinho, como vilão. E tenho que dizer, sempre fui o vilão de três. Como mais velho, até o mais forte, não de fortura, mas de gordo, gordura, fui o vilão dos outros que eram mais jovens. Mas eu sempre tive um problema com meu irmão do meio. Por ser o mais velho, achava que meus pais eram só meus,e que a petulância deles em colocar mais um no mundo deveria ser castigada. Não neles. Mas no novo. Por isso, durante anos, tive um certo quê de problema com meu irmão do meio. Não com o mais novo, por ter sido inquirido a ajudar na criação dele, logo o via como um filho de muito próximo. Não tinha problemas com o mais novo, o Riquinho, meu problema era o Fabinho.
Era. E hoje, ele prestes a casar, como sei que vai ser pai de um sobrinho, terei o prazer de ser tio em essência, e não por proximidade. Como me preocupa. Não o tenho tirado de minha cabeça. Passa dia e noite, choro por ele, gostaria de saber o que se passa, como andam as coisas, me diga, por favor, me diga, do que você precisa? Sou subliminar, não mostro tudo o que sinto, com claro medo de ser pedante, mas acho até que ele percebe o como ando pensando nele. Gostaria mesmo de que ele me dissesse todas as suas aflições, confidenciar aflições é mostrar o lado mais digno da humanidade. Sabe, cara, nossa distância tem me feito tão mal. Eu meio que me sinto ruim por ter ido para longe. Mas você sabe, agora sou pai, sou marido, minhas vontades passam pelo crivo de meu novo conflito, de minha nova escolha. Eu as amo, pode ter certeza disso, mas não sou mais dono total de mim. Lá no fundo, não que me arrependa, mas como eu gostaria de estar por aí só para te ver sair e voltar, só para dizer desculpa por cada soco que eu te dei, por cada chute sem motivo, por cada maldade que me alimentava de força. Eu era forte na mesquinhez da opressão da força. Fortura. Hoje é bem capaz de você me ganhar, pois estou velho.
Tudo bem, não estou carcomido pelo tempo, mas não sou mais aquilo. E digo, hoje, nesse seu aniversário, quero te parabenizar pelo quão adulto você se tornou, em seu terno, em seu O Livro, em seu tudos e tudos, em sua esposa, em suas convicções. Algumas me parecem utópicas, mas elas são firmes, convictas, dignas do respeito que eu sempre deveria ter tido. Você foi o cara que não teve coragem de me revidar o soco, de me mostrar toda vez que eu chegava bêbado ou demasiadamente fora de mim, em todos os meus excessos, você soube ser chão. Também quero te parabenizar, hoje, por seu chá de panela. Nesse nosso novo mundo, modernos que são, os chás de panela não são mais um exclusividade feminina. Não se recebem mais as panelas, mas os amigos, os próximos, os que fazem sorrir. Chá de panela não é para ver a marca das conquistas na breve festa, mas é o princípio da lembrança de um casal que se fornece de paz na vida a dois, e te digo com o leve quê de experiência que tenho, todos sabem que não sou casado, sempre disse que casamento não se dignifica numa festa e que as testemunhas são apenas fetiche de um mundo de papéis. Nossa testemunha maior é o nosso sentimento. Você está indo pelas festas, mas pelo breve do que li de ti, ao olhar, ao retrucar – você sempre falou muito baixo, como se comesse som – sei que teu caminho é de semelhança conjugal. Não vou negar que não a conheço bem – ela fala tão baixo quanto você, mas é mais econômica ainda – porém, conquista de irmão é naturalmente conquista coletiva. Família que tem muita gente sofre e sente como se fossem todos um. É isso que me passa agora. Como um, até primeiro, mas um que se comunga de vários, tua conquista é tanto minha, quanto de Riquinho, quanto de Papai, quanto de Mamãe, de Vivian, Sofia, Meio-quilo(nosso poodle) e de todo o mundo que está para ser parido daqui para frente. Chegou a nossa vez de sermos velhos. De rir de piada ruim, de brincadeira sem sentido, entrar para a Confraria dos Tios Babacas – e fazer a velha piada do pavê – mas isso não é caminho de uma vida que se vinga sem brilho – isso é a chance de poder ter a mesma paz de espírito em tudo aquilo que é pequeno.
E toque teu barco, pois a vida é garrafa de vinho, é saudade de foto, é um fim de semana chato com os parentes, mas que aos poucos, e muito aos poucos, vamos ver como a Nostalgia – a doença da lembrança – é mais firme com aqueles que envelhecem. E ela deixa o coração frouxo, calmo, sutil, de olhos fracos, braços fortes para o aperto, dedos doces para o afago, carteira aberta para o melhor presente. Apenas digo que a vida só começa quando temos a chance de duelar com ela. Agora é tua vez. Mas saiba que no canto do ringue não estarão somente aqueles que a lutam contigo, ou contra você, do outro lado das cordas estarei eu, e mais quem se digne a isso. Termino essa carta apenas mostrando que passado de criança fica no contraste daquelas antigas intenções. Agora eu sou outro, sou teu irmão. Feliz Aniversário. Feliz Casamento.

Beijos para ti,
Do seu irmão,
M.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sexta às nove (10)

Sua dose semanal de remédio musical.

Não entendi até agora a relação do filme com a música, mas foi o melhor audio dessa música que achei no youtube!

Demorou mas chegou, LEGIÃO!!!!!!

confesso para minha vergonha não conhecer bem a banda, mas meu primo conhece, e se conhece! então deixo ele falar por mim.

Senhoras, senhores e Márcio Calixto... com vocês, Legião Urbana - Índios, por Andrew Freitas

Uma das mais belas e curiosas músicas da Legião Urbana. A começar pelo título, que no disco traz aspas como acima, pois o letrista Renato Russo, não estava falando de índios, de ocas, selva, pelados... Ele falava do povo brasileiro em geral, que quer queiramos quer não, ainda é bem retrógrado.

Essa canção, como tantas outras da Legião, traz como temática um jovem observando a sociedade em que vive, e, além disso, sua própria identidade (emoções, sentimentos, e até espiritualidade). No fim das contas, é um verdadeiro desabafo do autor a Deus. Que na época que escreveu, tinha cortado os pulsos, por motivos tolos. “Eu quis o perigo e até sangrei sozinho, entenda, assim pude trazer você de volta pra mim. Quando descobri que é sempre só você quem me entende do início ao fim...”.

Critica político-social; Desabafo; Confusão de sentimentos. Tudo isso reunido em uma única música, com uma letra quase lírica. Essa é “índios” da Legião Urbana.


“Nos deram espelhos e vimos um mundo doente”



Aproveite!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Uisqritório Nostalgia

Há tempos possuo uma ideia fixa, que vou destilá-la agora, pois cheguei a um limite e preciso de luz. Tive a ideia de abrir um centro cultural de promoção ao encontro. Sei que há um quê de reflexo da minha atual carência, da minha frutífera incapacidade de me relacionar com uma máquina e preferir as pessoas, graças a Deus, preferi-las. Não vou negar que sou um tímido nato – apesar de meus amigos me conhecerem como um falastrão de piadas baratas, mas firmes e gostosas. Sou do papo, da troca, do refil de cachaça, dos excessos de risada, do campeonato de arroto, da disputa de cusparada e de tudo mais que seja mesquinho, mas gostoso de se lembrar.
Lembro-me de boas situações, que sempre fiz questão de contar sem rodeios – claro, alguns floreamentos são bem-vindos – como me é o caso da Pomba, ou do amigo de grupo literário que veio aqui na casa de Araruama e confundiu um desinfetante de Eucalipto Coala com desodorante e ficou todo queimado, ou quando em Nilópolis, depois que eu cai bêbado, outros amigos de grupo literário me besuntaram de cola colorida, só descobri isso dia seguinte, quando acordei colado à parede. Memorável. Todas essas cenas, por mais grotescas que são, são a boa parte da memória, daquilo que me gera nostalgia ou me faz rir quando sem motivo numa fila de banco essas memórias todas me vêm. E como são gostosas. Por isso, resolvi abrir um local de promoção ao encontro, à memória, em suma, à Nostalgia. Peguei de um neologismo do amigo Vidal e somei as duas ideias. Está aí, uisqritório nostalgia.
À priori, o lugar vai funcionar da seguinte maneira. À base de doações de todos os tipos de velharia que as pessoas quiserem se desfazer. Sim, estou aceitando todas as velharias que vocês estiverem à fim de desapegar-se. Livros, cds, dvds, fitas cassete, vhs, vinis, cards, revistinhas em quadrinhos, enciclopédias, móveis antigos, vitrolas, tudo, e não mais do que tudo, eu estou aceitando. Consegui boas coisas, um desses centros eu estou montando dentro de uma escola pública em que trabalho. Já serão quinhentos livros, dois computadores, uma impressora, estantes cedidas pela própria escola. Com o próprio grêmio estudantil estamos montando um sarau e um jornal de circulação local, gratuitamente. Consegui uma boa quantidade de títulos, entre eles, duas coleções completas de Machado de Assis, tanto livros quanto dvds sobre a obra do Grandioso, e mais alguns bons títulos, todos em perfeito estado de conservação e ao mesmo tempo esquecido em porões ou caixas que estavam acumulando poeira. Já consegui cinco computadores, dois bem antigos, cds de jogo dos mais diversos (algo em torno de uns duzentos – entre eles THE SIMS com todas as expansões, DOOM I, II, III originais e mais um monte, não deu para catalogar tudo), duas mesas de sinuca, duas mesas de pingue-pongue, uma de totó, videogames dos mais diversos (dois PLAYSTATION I, SUPERNINTENDO, MASTERSYSTEM, MEGADRIVE, e mais alguns que estão vindo como GAMEBOY, GAMECUBE, NINTENDO 64 e um ATARI), vinis acho que uns cem, uma máquina de escrever, coleção completa de clássicos da literatura Russa, um monte de aparelhos antigos, como vitrola e aparelhos de vhs, mangás do Naruto, gibis da turma da Mônica, um montão de coisas. E quero mais.
Mas eu não vou ficar apenas em organizar e distribuir. Estou alugando um espaço, junto com mais alguns amigos, pensando em montar um bar, tipo um café literário, com espaço para showzinhos e organização disso tudo que já tenho. Por isso, preciso de mesas, cadeiras das mais diversas, material de música, como mesas de som, cabeamento, baterias, instrumentos, o que mais puder vir. Se algo estiver estragado, não é o problema, estamos dispostos a consertar, até por questão ecológica mesmo, que é um dos nossos apelos. No local, haverá tipo um centro de reciclagem, de todo o material produzido que possa ser destinado para isso. Nada será novo, tudo é de doação e reaproveitado.
Sei que pode parecer altruísmo, romantismo encalacrado ou utópico, mas é possível montar um lugar como esse. Até mesmo para eu poder trabalhar menos, estar mais junto das minhas meninas e dos meus amigos, aqueles que me ligam, que me exigem presença, ou me pedem mais atenção. Mas, minha ganância, minhas contas, minhas metas, meus sonhos mais possíveis, minha escravidão pelo status social me rende as forças e me move para mais trabalho. Não que eu seja workaholic, mas prisioneiro demais de minhas vontades. Elas estão passando, pelo simples julgamento de frugalidade, porém que ainda me perseguem, sim, me perseguem. Só que posso usar o uisqritório como fonte de perseverança, como trabalho de uma vida que se planta na bandeira da proximidade, do comum, do risível e do risonho. Quero rir com todos os meus amigos, até que a bochecha se rasgue de tanto gargalhar.
Pode até não ser muito prudente divulgar uma ideia que sei que pode dar muito certa. Mas como disse, preciso de uma luz, pois procuro parceiros para a empreitada. Pessoas que talvez tenham o local e que queiram participar disso também. Estou aberto a propostas. Bastam me mostrá-las. Vamos modificar um pouco o nosso mundo, pois ele está sendo um tanto determinista em nossas convicções. Minha sogra mesmo me disse que a minha geração nasceu preguiçosa. Temos controle remoto, temos um excesso de programação televisiva, comida rápida e tudo pré-pronto. Vemos gente em excesso, temos seus orkuts, seus twitters, seus celulares, mas não temos suas confissões mais íntimas, aquelas dotadas de vozes baixas, com todo aquele peso de sinceridade. Como já disse, não mais nos apaixonamos pelas pessoas, mas por suas fotos. Não mais conversamos, ligamos o MSN. Não mais trocamos confissões, mandamos email. Não mais escrevemos cartas de amor, mandamos um POSTCARD romântico. Sei que rosas são caras e internet já está paga, só que há um limite para tudo. O que eu quero com esse lugar é poder diminuir essa barreira que se estende e poder montar um local que seja agradável para todos, como forma de saírem de casa e lá haver pessoas de todos os agrados para trocarem, se entreterem e poderem se divertir ao máximo. Um local tendo o maior acervo de passado e presente, para criar momentos e futuros dos mais distintos. Um local para todos. Que se divinize com o tempo e que faça a todos refletirem um tanto de nossos caminhos. É para isso que quero o Uisqritório Nostalgia. Para a eterna diversão de existir.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sexta às nove (9)

Sua dose semanal de remédio musical

Apesar dessa música ser de Jorge Drexler, na interpretação dessa dupla ficou mucho buena! Com muita emoção e melancolia, que encaixa bem com a letra e melodia dessa canção.

Atenção para essa introdução do Moska que foi MARA!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Olha o que eu descobri!

Como sabem, estou sempre em coletas na internet, à busca de novos grupos literários - sempre digo que todos deveriam se somar - e de sítios que possam mostrar coisas legais. Descobri esses aqui: http://www.contosfantasticos.com.br/ É uma boa pedida. Deliciem-se

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Um dia de surpresa a mais!



Abri o sítio dia desses e havia uma mensagem de Tati, “há um presente para vocês”, e o presente, muito até do que mais assim, era uma coroação. Foi-lhe dada a quatro votos para escolher quem poderia receber um prêmio que ela também recebeu. É um prêmio de internet, coroado por aqueles que a fazem, tanto em sua essência, quanto no máximo de seu carisma. É esta a arma dos comuns, mostrando que cotidiano se cola de grandiosidade e reflexões de sínteses profundas. Tati Carlotti é uma dessas, capazes de desfazer o cotidiano de seu ar de maior monotonia.
Há vários assim, por aí, escrevendo blogs dos mais distintos e belos, alguns supremos. Nesse jogo de supremos, há aqueles que merecem destaque. Sites como Cronópios, Desconcertos, Confraria do Vento, que se tornam maiores do que blogues e passam a ser portais, merecem esse tipo de concernimento. Há outros, de grupos literários, que se tornam a confluência de bons textos. Os sozinhos, ou de grupos bem restritos, são a declaração de boas análises, de idéias bem destiladas. Aí que entra Tati. Todos aqui sabem o como gosto dos Atalhos urbanos, isso não é de agora. Mas foi de lá que tivemos a constatação de que esse site, um grupo pequeno, pretensiosos e não pretensiosos, sabemos que estamos produzindo algo de bom. Em média, temos 20 leitores diários. Alguns se repetem ao longo da semana. E nos acompanham aqueles que ou se identificam ou que tiveram a luz de vir aqui. E agradeço, em nome do grupo, a vinda para este humilde sítio. Não tenho a pretensão de ser grande – mesmo estando a tentar – como um Bagatelas, ou como o Trema está se tornando agora. Não tenho força motivadora para ser um Cronópios ou Desconcertos ou Confraria. Mas fico inteiramente lisonjeado, intimamente agraciado, fuguralmente lépido com o selo BLOG DE OURO que Tati nos destinou. Não só pelo crivo dela, mas pela certeza de que o mínimo que fazemos está no caminho certo. Para mim, isso é importante demais. Tenho que confessar. Tudo que eu faço, sempre acho que está ruim. Nunca consigo aquela sensação de que o trabalho ficou bom, de que a busca foi completa. Escrever não é só destilar raciocínios, e até então viver. Mas essa vida sempre vem cheia de incompletude, desinformação, incerteza. Só que aí me aparece um selo que nos coroa. Não só porque ela me conhece e nos lê, mas porque ela gosta. E sei que é crítica. E muito crítica. Em reuniões mais informais, ela sempre mostrou astúcia na observância.
Aí surge um outro ponto. Agora tenho que escolher quatro outros blogs que julgo merecerem este mesmo selo. Baseando-me no critério que ela usou, leio frequentemente o Rio Movediço, Atalhos Urbanos, Universo Particular e E o Queijo. Desconcertos é outro que acompanho e Um blog sem conteúdo do Branco Leone também merece minha atenção. Mas prefiro pensar naqueles que buscam a literatura em sua essência, daqueles que querem vingar-se como consagrados ou que estão buscando a notoriedade. Sei que Atalhos – que é voto meu certo – e Rio Movediço – já agraciado com o prêmio – deveriam ser as minhas primeiras escolhas. Desconcertos também já o tem. Eu gostaria de usar o selo como forma de parabenizar os guerrilheiros literários, aqueles que lutam na resistência do tempo e que possuem uma perseverança alimentadora. São bólidos escritores, literatos em essência.

1º. Um blog sem conteúdo do Branco Leone (www.brancoleone.blogspot.com)
2ª. E o Queijo de Marina (www.eoqueijo.blogspot.com)
3ª. Universo Particular da Camila (http://milaariiiba.blogspot.com)
4ª. Trema Literatura (www.tremaliteratura.com)

Primeiro, pela perspicácia de Leone e por seu site para escritores Independentes.
Segundo, Marina tem se mostrado uma escritora em essência. Aprendendo e crescendo. E ta no caminho certo.
Terceiro, Camila é uma esquerdista percebendo os valores do capitalismo. Merece também.
Quarta, um grupo em expansão, uma concentração de feras literárias inimagináveis. Fiquei surpreso com a qualidade do pessoal que está lá.

Para saberem, existem regras:
1o. - os que ganharam o selo, precisam exibi-lo no site, com o link de quem o votou
2o. - O ganhador deve indicar mais quatro outros blogs que merecem tal selo
3o. - Avise aos indicados do prêmio
4o. - Os blogs premiados devem ser conferidos, para ver se passaram o selo.

É uma boa corrente. E que assim se mantenha.

Obrigado pelo voto.

sábado, 1 de agosto de 2009

O meu desenho pictórico


Sei que tem tempo que não escrevo aqui. A eterna desculpa de que há falta de tempo, neste caso, para mim, é uma vertente real. Mas eu estou também com uma outra preocupação, um novo grupo literário. Quando vim com a ideia do Pictorescos, era para, muito aos poucos, vir com um reflexo do que foi o Bagatelas, mas o tom de seriedade e a minha impossibilidade de investimento de tempo nele sei que me fariam fracassar nesse primeiro estágio. Mas o grupo tornou-se firme, conciso, eloqüente e primaz. Nada como me era o Bagatelas. Claro, lá havia a possibilidade de investimento de tempo de Vidal, o cara que nos direcionava. Tentei ser este aqui pro Pictorescos, mas sabia desde o início de que eu não conseguiria sê-lo.
Isso não me fez desanimar em criá-lo. Somos um blog, um grupo, um elo. Há alguns dos colunistas que nunca escreveram, mas que não deixaram de ser Pictorescos. Há outros que ainda não conseguiram entrar, por pura falta de tempo, ou por total incompreensão de como usar o instrumento. Outros, como eu, Cerestino, André, escrevemos um sem fim de palavras. Outros estão vindo, querendo somar, pois se encantam com a ideia de sempre analisar o mundo. A partir de sua visão particular, como testemunha ininterrupta e gladiadora, pela existência diante do bilhão de outras visões que existem no mundo. Somos um grupo, não como blog somente, mas como elemento de percepção de vida e de arte. Isso é que é Pictórico, ou o que eu vejo como Pictórico.
É até por isso que digo que isso aqui nunca vai mudar. Nossa evolução é lenta, sim, mas premente. Viva em sua firme ação de viver. E não quero que se pense que um dia ela limitará sua existência somente naqueles que são presentes hoje, eu estou sempre atrás de colaboradores que queiram, que gostem, e que se tornem firmes agentes de uma ação para olhar o mundo.
Como disse, estou em um novo grupo literário. Uma das remanescentes do Bagatelas, Eloise, está ciceroneando eu e mais alguns – basicamente o grupo literário das oficinas literárias de Antônio Torres na UERJ em 2001/2002 – na clara intenção de se firmar como um grupo de vanguarda e inovador. Chamamo-nos de Trema, como um mostra de que ainda há literatura boa no mercado. Mas não queremos esse aspecto mercadológico, ao mesmo tempo que sim. A literatura não é só um produto, como também o é. A arte é um paradoxo de existência e sobrevivência. Não é de agora que todos os meus bons amigos – e vocês que aqui acompanham – sabem que tenho a clara intenção de me tornar um escritor renomado. Consagrado. Como todos aqueles que eram Bagatelas, ou Paralelos – aliás, que saudade desses caras – ou Cracatua, ou agora Trema. Há muita gente por aí. Mesmo. Há. Mas não importam quantos. Importa que escrevam. Uns muito fodas, outros cavalgando qualidade, dá para se ver. Mas que escrevam. A literatura não morreu. Não morreu mesmo. Porra! Gostaria mesmo de que isso ficasse exposto, até mesmo como uma bandeira minha a favor da arte. Alguns até dizem que o papel com o tempo deixará de ser usado. Não me importo. Isso não significa o fim da literatura.
Nesse novo grupo, www.tremaliteratura.com, estou com uma coluna bem peculiar, em que vou colocar textos com uma leve roupagem diferente daquilo que já escrevi aqui. Como falei, leve. Um leve toque de diferença de linguagem, uma sutileza. Vejo que hoje o cara como escritor não deve se prender a uma única gramática, a uma fórmula, a um pressuposto. A receita literária, tão comum aos estilos migratórios europeus até o século XIX foram capazes de criar belíssimos exemplares de arte, mas que se limitavam àquela receita, a uma formulação. Tanto que se tornou famosa a crítica feita por Oswald de Andrade aos parnasianos quando ao afirmar que não se precisaria criar uma máquina de fazer poemas, pois os Parnasianos já fariam esse papel. Agora, o nosso século XXI possui uma metamorfose da intenção redentora literária ao se criar o mercado da autoajuda. Como professor de literatura que sou, sou a favor da produção e da arte em sua essência, mas como crítico de vida, vejo que os excessos de nosso mundo, esses mesmos que não fizeram perder o rumo de nossa própria vida, deixou-nos fracos a ponto de sempre necessitarmos de barbitúricos – ou até mesmo panaceias escritas – para poder suportar a pressão do dia-a-dia. Alguns tornaram-se viciados em remédios mesmo, em algo que os faça agüentar o ritmo. Outros precisam da literatura de autoajuda, tão eficiente em dar conselhos e palavras de motivação que dão aquela paz de que o coração sempre necessita. E arte é isso mesmo, interpretação de época. E nossa época é de pessoas formadas com a carapuça da força e capacidade, mas enfraquecidas e rachadas por dentro. Ninguém pode demonstrar que é incapaz ou inapto. O mercado exige empreendedores em sua essência. E como vende. Sim, produto, vende muito.
Ano passado, tive a chance de ver algo inédito em nosso mundo literário. Cristóvão Tezza, escritor que cavalgou seu crescimento literário de forma muito lenta, como vários, lançou livros de maneira independente, depois uma editora comprou seus títulos, mas amargou pequenas edições, pouca propaganda e um público que lhe foi fiel ou por causa da amizade, ou mesmo por serem garimpeiros da qualidade. Ele ganhou o prêmio São Paulo de Literatura e se tornou o autor Cult do momento. Ainda bem. Merece. E que aconteça com vários. Espero que também aconteça com meus amigos, com todos eles. Comigo também. Há quatro que vejo que mais cedo ou mais tarde, em não mais do que dez anos, essa explosão vai acontecer: Claudinei Vieira – que expira arte – Nelson Botter – há um tempo que não falo com ele, mas é fera também -, Marcelino Freire – esse já está lá –e Paulo Castro. Paulo é um pugilista, de escrita forte, vivíssima, um fenômeno que precisa sair da cortina de fogo da internet e ir para as prateleiras do sucesso. Ele é bom bagarai. Não é bom demais não, é bom bagarai. Escreve em vários blogs, tem um que é só seu, e está sempre com o teclado nervoso. Como escreve aquele homem. Tanto em Qualidade. Tanto em Quantidade.
Para vocês terem uma ideia de como esse prêmio tem força, Tatiana Levy – se não me engano, do Paralelos – levou o prêmio São Paulo por ser escritora iniciante, também estavam concorrendo Cecília Giannetti, do Paralelos, com o livro Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi, Tiago Novaes com Estado Vegetativo, Casa entre vértebras, de Wesley Peres, e Desamores, de Eduardo Baszczyn. Todos escritores iniciantes, todos que merecem ser lidos. Mas qual é o problema de todos esses que iniciam: se não tiverem uma forma de se tornarem notórios, ou pelos atuais recursos de mídia, ou se não forem vítimas de qualquer outra forma de exposição, eles sempre serão pouco lidos, pouco vendidos, ou terão que esperar alguma reviravolta para que se possam tornar notórios. Eles concorrem com uma Humanidade de grandes produções. Tanto de Guy de Maupassant, Eça de Queiroz, Goethe e tantos outros. Lembro de como se fosse hoje quando Marçal Aquino, na época de lançamento em São Paulo da primeira revista Bagatelas, revista de contos nos disse. Mas aí lembro de Antônio Torres – professor em sua essência que é – nos disse em uma de suas oficinas, “Rabisque papel, senhores, e não se importe se vão ler ou não. Pelo menos, você leu”. E com a frase, veio uma de suas gargalhadas peculiares. E eles têm razão. Mas não se pode perder a força, a esperança. (Agora eu poderia colocar um trecho de Augusto Cury, mas nunca o li.)
Por isso, digo que sou a favor de todos os grupos literário que podem aparecer. Gostaria de que esse aqui explodisse ainda mais. De que tantos outros surgissem. Lembro do www.kitnetbabel.com , indicado pelo meu querido amigo Nilovisk, também da Bagatelas. Eles têm publicado pouco, mas os textos que estão lá são ótimos, aconselho muito a leitura. De resto, fica só o desejo de que publiquem. O que lhe é comum, firme e que te deixa vivo, aconselho a escreverem isso. Assim o façam. Assim eu gostaria de que fizessem. Espero lê-los a todos. E que me leem também. Beijos.

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