Não sei bem o motivo pelo qual há de se criar um demónio sobre a rotina. Para muitos, tem o semblante do estático, do moroso, do monótono, e por tal devemos, como modernos e cosmopolitas que somos, evitá-lo a todo custo. Digo até que evitar a rotina é a rotina daqueles que a evitam. Mas saiba, a rotina é o caminho da vida, o equilíbrio das sensações, a pureza dos sentidos, e por isso a vejo como a base do amor ou a simbiose que gera a tranquilidade de um bom relacionamento.
Devemos vê-la como algo benéfico. Porém, não vou negar, aqueles que a abominam é porque se tornaram vítimas das circunstâncias pelas quais foram levados a tal. É aí que reside o problema da rotina; vitimadora que é, limita as auroras diárias a meras constâncias de minutos, logo uma chatice só. A rotina precisa ser desenhada como o equilíbrio, a balança estatizada, valendo todos os pesos como um algo só.
Pense em um casamento. Todos eles caminharão para uma rotina, isto é fato. Mas o que deve ser encarado como belo e sublime é a maneira como se forma esta rotina. A esposa cozinhando todos os dias, o marido que lava a louça, dia sim dia não um pega a criança na escola. Esta síntese, por mais chata que se valha, é na verdade o amor em sua esséncia. Perceba: quem melhor para cozinhar do que se não ela? Quem melhor para lavar do que se não ele? Tudo bem, que um dia ele cozinhe e ela lave. Não é quebra de rotina, é o senso do equilíbrio e do respeito ao próximo, também entra naquela de fazer diferente, agradar ao outro, com todas as vantagens da sinceridade.
Isto é ruim? Talvez ainda haja aquele que não goste do cotidiano, mas se quebrar rotina significa fazer loucura todos os dias, este nunca vai encontrar paz propriamente dita. Aí sou eu que pergunto: do que vale a pena viver a loucura se não há ninguém para dividi-la? E sou um pouco contrário ao fato de viver apenas com amigos, ou por eles. Amigos são belos, mas são uma fraternidade, e não uma família. Toda fraternidade é bela, toda família é linda. E o sorriso da vida não está nos porres homéricos e nas nostalgias das noites bem passadas, mas na soma de história que se faz na dedicação a um. Por isso, rotina não é ruim, é apenas o elixir da vida em si. E rotina só se vive a dois, pois os filhos são para o mundo. E por mais que exista alguém que acredite que a vida a dois e rotina sejam ruins, é porque o camarada ainda não amou.
Tudo bem, todos devemos viver nossas loucuras, e a loucura precisa ser vivida, mas ela é limítrofe, a loucura se cansa de si. Rotina não, como ato de equilíbrio, ela pode instabilizar corações instáveis, mas estes mesmos corações precisam entender que uma vida de paz traz vida, e que viver sempre vale a pena, por mais calma que seja. Isto é lucidez. E que assim seja.
Devemos vê-la como algo benéfico. Porém, não vou negar, aqueles que a abominam é porque se tornaram vítimas das circunstâncias pelas quais foram levados a tal. É aí que reside o problema da rotina; vitimadora que é, limita as auroras diárias a meras constâncias de minutos, logo uma chatice só. A rotina precisa ser desenhada como o equilíbrio, a balança estatizada, valendo todos os pesos como um algo só.
Pense em um casamento. Todos eles caminharão para uma rotina, isto é fato. Mas o que deve ser encarado como belo e sublime é a maneira como se forma esta rotina. A esposa cozinhando todos os dias, o marido que lava a louça, dia sim dia não um pega a criança na escola. Esta síntese, por mais chata que se valha, é na verdade o amor em sua esséncia. Perceba: quem melhor para cozinhar do que se não ela? Quem melhor para lavar do que se não ele? Tudo bem, que um dia ele cozinhe e ela lave. Não é quebra de rotina, é o senso do equilíbrio e do respeito ao próximo, também entra naquela de fazer diferente, agradar ao outro, com todas as vantagens da sinceridade.
Isto é ruim? Talvez ainda haja aquele que não goste do cotidiano, mas se quebrar rotina significa fazer loucura todos os dias, este nunca vai encontrar paz propriamente dita. Aí sou eu que pergunto: do que vale a pena viver a loucura se não há ninguém para dividi-la? E sou um pouco contrário ao fato de viver apenas com amigos, ou por eles. Amigos são belos, mas são uma fraternidade, e não uma família. Toda fraternidade é bela, toda família é linda. E o sorriso da vida não está nos porres homéricos e nas nostalgias das noites bem passadas, mas na soma de história que se faz na dedicação a um. Por isso, rotina não é ruim, é apenas o elixir da vida em si. E rotina só se vive a dois, pois os filhos são para o mundo. E por mais que exista alguém que acredite que a vida a dois e rotina sejam ruins, é porque o camarada ainda não amou.
Tudo bem, todos devemos viver nossas loucuras, e a loucura precisa ser vivida, mas ela é limítrofe, a loucura se cansa de si. Rotina não, como ato de equilíbrio, ela pode instabilizar corações instáveis, mas estes mesmos corações precisam entender que uma vida de paz traz vida, e que viver sempre vale a pena, por mais calma que seja. Isto é lucidez. E que assim seja.
2 comentários:
sabemos que um texto é bom quando o autor consegue colocar no papel (ou na tela do computador) tudo aquilo que pensamos, acreditamos, porém ainda não tínhamos conseguido dizer.
Muito obrigado, senhor tradutor!
Você também é daqueles que sabem traduzir, e a tradução vem com a velocidade da escuta, da visão, da percepção em si. Use as percepções a favor da vida, que vc vai ver como vale à pena...
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