sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Modernidade

- Alô...- Oi querida, que bom ouvir sua voz!

- Querida é o cacete...a única coisa que não sou para você é querida!

- Como assim, tá maluca?!

- Quer saber, naquele nosso primeiro encontro eu te achei o máximo, depois comecei a perceber que você é bem menos interessante quando estou sóbria... até pensei que você tivesse mal-hálito, por isso sugeri que comprássemos chiclete, mas nisso tenho que fazer justiça: eu estava enganada...

- O quê?

- Não terminei... você definitivamente não tem os olhos do Brad Pitt nem tampouco o perfil do Rodrigo Santoro...até que você é bonitinho e não é um cara burro, mas essa mania de ser sempre metido a engraçadinho por vezes enche o saco...nem tudo que você fala aparentando um tremendo sarcasmo refinado é tão sofisticado assim e tenho certeza que não leu todos os livros que vive dizendo que leu...

- O que é isso?! Resolveu fechar pra balanço e ter um ataque bomba de sinceridade?! Não estou entendendo nada e não me lembro de ter pedido para ser tão franca assim e dizer exatamente o que você pensa de mim!

- E tem mais...até que nosso beijo combina, temos uma certa química, mas você também não é tão bom de cama quanto pensa ser, as vezes é rapidinho demais...

- O quê?

- Mas quer saber, o pior de tudo é ser um canalha mentiroso, poderíamos até dar certo e achava que estava quase apaixonadinha por você....mas deve lembrar que havia mencionado que não tolero mentira e você ainda ironizou dizendo que essa é uma das frases mais típicas do universo feminino...mas que essa mulherzinha aqui leva cem por cento a sério!

- Tem certeza que não está interessada primeiro em respirar pelo menos antes de continuar me detonando e segundo me explicar exatamente o que está acontecendo?!
-O que está acontecendo?! Acessei seu ORKUT e no perfil dizia que você tinha namorada! Quatro meses me enganando! Não teve a decência de me deixar escolher se queria ou não isso para mim!

- A é isso?! Até ontem, se tivesse xeretado meu ORKUT antes, estaria escrito solteiro. De noite, pensando em nós resolvi mudar a droga do meu perfil para namorando...você, no caso, sua tonta! Queria te fazer uma surpresa, mas não imaginava que na sua visão eu era praticamente um micróbio ou um estrupício com tantos defeitos...

- Que fofo! Então somos namorados de verdade? Você é uma gracinha...eu juro que sempre achei que de perfil você é a cara do Rodrigo, só que com os olhinhos do Brad Pitt e mais, naquela noite...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

De Repentinos

Havia nele sempre a mesma música. Era uma baladinha de sete toques, que faziam sete sílabas, rimadas sempre na hora. A facilidade das rimas, e não da música, era que chamava a atenção do público das mesmas calçadas lotadas. Era sempre um dinheirinho a mais, sabe aquele o-não-muito, mas dava pro gasto e pra cachaça.
Só que um dia, uma mulher lhe tomou os olhos. E com ela, foi-se o pensamento, a rima e o toque. O amigo da baladinha percebeu fugacidade e chamou a responsabilidade para si. Com a ida da moça, a caixa em que se apoiava passava a ter mais responsabilidade, pois o baladeiro repentista exigia mais de sua força e equilíbrio. Porém, ou por sorte, a caixa não se rompera. Ele, no entanto, desceu dela e foi atrás da moça.
Por lógica da natureza, quanto mais próximo dos olhos são as pessoas, mais longe são do pensamento e da suposição. Ao chegar mais perto, viu que a bela moça era uma menina, com poucos mais de década de vida, e que não poderia ser ali aquela mulher de antes, lás dos muitos anos, lá dos muitos cantos, lá, bem de lá, dos muitos. Ela se sentiu um tanto ruborizada, aqueles olhos, lá no seu entanto também, não eram tão desconhecidos, não eram aqueles uns tantos desconhecidos dos muitos que se passam. Ele, ali, não era um ex, mas era um alguém.
O suspiro dele foi um pedido de desculpa. O violão voltou para frente e outras desculpas fônicas foram pedidas ao companheiro. A moça, na sutilidade de seus passos, pega da carteira e retorna aos violeiros.
De repente, o repente, a música e a voz. Era um som um tanto de diferente, e ela lá no longe de alguns passos atrás, vê a foto da mãe com um homem. Mas havia o passado da juventude, o volume de cabelos e menos traços físicos dos tempos. Naquela foto não tinha o violeiro, nem a balada, existiam a mãe e um homem, que não tocava violão.
Mas ficou o repente, o de repente.

Qual é a nossa grande preocupação? - Início mesmo!!!

A idéia é simples: ter espaço para criar literatura, expressar-se e poder concluir idéias. Demonstrá-las. Porém, o “site” não será apenas ambiente para criação e expressão. Também será baseado em uma unidade de estudo, na tentativa ampla de compreender o que é comum à arte literária contemporânea. Formado primeiramente por um grupo de amantes da arte como um todo, a idéia que se busca aqui é analisar e entender o cenário artístico a partir de 1970 até os dias de hoje. Por isso que o grupo não é estatizado, fechado e oblíquo. Estamos na busca de colaboradores dispostos a ampliar esse conhecimento e fazer uma análise tanto da arte, como da sociedade e da consciência da época em si.


PUBLICAR TEXTOS PESSOAIS / ESTUDAR E COMPREENDER LITERATURA E ARTE CONTEMPORÂNEA / CRIAR UM GRUPO AMPLO E UNIDO NA BUSCA POR ESTA COMPREENSÃO SOBRE ARTE.

Se você tem esta mesma ambição, se se viu nestes três pontos aqui mostrados, não se sinta acanhado em querer participar do Pitorescos. Nós não somos um grupo fechado, queremos ampliar todas as possibilidades. Queremos que todos aqueles que já estudam, que têm vontade de estudar ou até mesmo já possuem estudos prontos, por favor, juntem-se a nós com a clara intenção de criar algo único e veemente. Se não unirmos forças para criar algo ímpar, sempre teremos esse hiato em nossos livros. A idéia não é somente preencher espaço vazio. A idéia é ampliar a visão sobre literatura contemporânea.


Essa intenção de análise vem de um hiato percebido por dois de seus criadores, Márcio Calixto e Marcos Vinícius, professores de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, que raramente viram fontes fidedignas em Manuais Literários - principalmente aqueles voltados para o Ensino Médio - que pudessem trazer o jovem estudante para a atual realidade de escrita existente no Brasil. Os próprios manuais conferem o status de que "escritor bom é escritor morto". Por obviamente não concordarem totalmente com este fato, houve a criação deste grupo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Apenas o primeiro texto

A idéia básica está lançada.

Agora só nos faltam os todos,

os todos e os comuns,

na busca por um algo nosso,

e que seja de todos. Sem preciosismos ou vanguardas tolas. Apenas a necessidade de conhecimento.

O comum, o pitoresco...

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