Sua dose semanal de remédio musical.
Chico Buarque com mais uma pérola.
O jogo de versos que ele faz é primoroso.
Coisa que só Chico faz! rs
Aproveite.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
terça-feira, 27 de outubro de 2009
O TEXTO IMAGÉTICO – A LEITURA A PARTIR DE IMAGENS
Resolvi escrever uma crônica diferente. Algo como se fosse um artigo. Como pesquisa, resolvi mostrar para vocês.
O TEXTO IMAGÉTICO - A LEITURA A PARTIR DA IMAGEM
Nas discussões que se desenvolvem sobre a leitura, buscando determinar quem é o responsável pela construção de sentidos dos textos, o eixo se desloca ora para o leitor, ora para o autor, ora para o texto, ora para a interação desses fatores, ou para outros tantos que os ultrapassam. Dependendo da ótica que se adote, as respostas se polarizam numa ou noutra dimensão. Não se trata de entrar nessa polêmica, mas de buscar determinar o papel que a forma desempenha para a construção do sentido do texto.
A Força da Forma
O discurso não se faz fora de uma forma, e, mesmo que ela seja estudada demoradamente, pode levar para pontos não desejados, indício de que as formas falam, dizem coisas que estão para além do leitor (que muitas vezes não percebe, por não ter como pensá-las) ou do autor (que diz coisas que jura não ter dito). No caso do discurso imagético, pode-se postular que a forma com que ele acaba vindo a público seja fruto da reflexão do produtor e que as formas sejam definidas a partir de uma forma de concepção social, tanto sobre os objetos costurados, como sobre as pessoas, delicada e manipulativamente enredadas.
O discurso, nesse sentido, é a constituição de uma trança feita pelo ourives, que, no fim do trabalho, constrói uma jóia rara, cuja compra dependerá da habilidade de sua arte, da sua competência em construir diferenças, das marcas que deixa impressas sobre ela, dos índices de seu maior ou menor trabalho artesanal. Levar em consideração o papel que a forma desempenha no processo de interpretação do discurso é ter para com ela a atitude que se deve ter com relação às formas físicas das obras, sendo necessário buscar compreender como elas afetam “o processo de construção do sentido. Compreender as razões e os efeitos dessas materialidades remete necessariamente ao controle que editores ou autores exercem sobre essas formas encarregadas de exprimir uma intenção, de governar a recepção, de reprimir a interpretação”. Perceba por exemplo os quadrinhos acima. Há uma soma de texto verbal e de não-verbal, criando uma iconoclastia entre si. Uma fada afirma não existir a fada dos dentes. Essa se intitula a fada da verdade e por isso não teria mesura ao medir palavras e afirmar para uma criança – no caso um recém-nascido – de que o amor de seus pais não mais existe, pois foi ela quem destruiu. A mensagem ganha força, pois a fada – em caracteres masculinos – fuma e tem a barba por fazer, ampliando o sentido de descrédito à humanidade, o que faz ter menos sensibilização em dizer a verdade.
No mundo da leitura imagética, a fusão entre verbal e não-verbal toma conceitos amplos, criando novas formas de interagirmos com o mundo. Perceba como as imagens abaixo representam um aspecto cultural de interpretação. O símbolo da tecnologia é um computador – tanto um desktop quanto um laptop – a alimentação é representada por uma pizza, algo que se fosse nos anos de 1960, bem antes da popularização desta, o símbolo não traria resultado. E há ainda vários pontos que podem ser levantados na maneira como a imagem se cria. O que se pode pensar de uma televisão de LCD ao interpretar Cinema e TV? Ou o que se pode pensar na questão do sexo apresentar os símbolos de macho e fêmea, em que o símbolo masculino encontra-se em cima? Por que um relógio representa cotidiano? Ambiente é somente uma árvore? Por que esporte se apresenta em um quadrado verde com uma bola de futebol? Por que em religião há alguém rezando?
No mundo da leitura imagética, a fusão entre verbal e não-verbal toma conceitos amplos, criando novas formas de interagirmos com o mundo. Perceba como as imagens abaixo representam um aspecto cultural de interpretação. O símbolo da tecnologia é um computador – tanto um desktop quanto um laptop – a alimentação é representada por uma pizza, algo que se fosse nos anos de 1960, bem antes da popularização desta, o símbolo não traria resultado. E há ainda vários pontos que podem ser levantados na maneira como a imagem se cria. O que se pode pensar de uma televisão de LCD ao interpretar Cinema e TV? Ou o que se pode pensar na questão do sexo apresentar os símbolos de macho e fêmea, em que o símbolo masculino encontra-se em cima? Por que um relógio representa cotidiano? Ambiente é somente uma árvore? Por que esporte se apresenta em um quadrado verde com uma bola de futebol? Por que em religião há alguém rezando?
Comunicação através de símbolos gráficos
O uso da simbologia é uma forma de comunicação não verbal, por exemplo: sinalização, logotipos, ícones, são símbolos gráficos constituídos basicamente de formas, cores e tipografia. Através da combinação destes elementos gráficos é possível exprimir idéias e conceitos numa linguagem figurativa ou abstrata, o grau de conhecimento de cada pessoa é que determina qual a sua capacidade de interpretação entre a linguagem não verbal para uma linguagem verbalizada, falamos do uso dos símbolos (linguagem não verbal) e seus significados (linguagem verbal). As cores mais utilizadas neste processo são àquelas de maior contraste cromático, tais como: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, branco e preto, tanto isoladamente com combinadas entre si. Um exemplo, é o uso de amarelo e preto para comunicações na área de segurança rodoviária.
O TEXTO IMAGÉTICO NAS ARTES.
O quadro ao lado pertence ao pintor Salvador Dali, um dos expoentes do Surrealismo. Perceba que no caso dela, há apenas um olho humano – com olhar fixo, sem estar ligado a um rosto humano. Este olho se encontra flutuando em um ambiente inóspito, como se pertencesse ao horizonte, tal qual o Sol ou a Lua. Porém, todo seu brilho está atrás dele, e não a partir dele. A mensagem, nesse caso, vem da percepção de um olhar longínquo, distante, triste, minguante, como se estivesse a chorar na solidão. O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.
As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, e do psicológico. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos. O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor e crítico francês André Breton (1896-1966), que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista. Uma das principais idéias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática, segundo a qual o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de consciência despejado sobre a obra. Ainda segundo esta ideia, a arte não é produto de gênios, mas de cidadãos comuns.
Na mesma linha segue a capa de uma peça de teatro sobre o criativo e genial poeta brasileiro Paulo Leminski, criador de uma poética totalmente própria, que trabalha com desconstruções e reinvenções, fonemização e liberdade. A imagem ao lado traz características da construção surreal, até pelo teor de declaração, em que A razão, senhora de toda frieza, ali, com Leminski, iria delirar. Abaixo um poema dele:
SE
(Paulo Leminski)
se
nem for
terra
se
trans
for
mar
Perceba que questões de mensagem e imagem se fundem em uma poemização profunda. Afirma-se que se não for terra, não há também de ser mar. Ao mesmo tempo, temos se Trans – algo substantivo – deixará de ser mar, descontruindo, destransformando a palavra Transformar. Para conseguir criar essa mensagem, as palavras foram dispostas – ao mesmo que as sílabas – uma abaixo das outras.
Como imagem, o texto possui simplesmente a pluralidade. E deve ser a partir desse senso que a interpretação deve se valer. Por isso, o estático aqui não deve ser colocado em ponto, mas sim a pura e simples síntese a partir do excesso. É a tônica básica da hipertextualidade.
As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, e do psicológico. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos. O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor e crítico francês André Breton (1896-1966), que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista. Uma das principais idéias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática, segundo a qual o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de consciência despejado sobre a obra. Ainda segundo esta ideia, a arte não é produto de gênios, mas de cidadãos comuns.
Na mesma linha segue a capa de uma peça de teatro sobre o criativo e genial poeta brasileiro Paulo Leminski, criador de uma poética totalmente própria, que trabalha com desconstruções e reinvenções, fonemização e liberdade. A imagem ao lado traz características da construção surreal, até pelo teor de declaração, em que A razão, senhora de toda frieza, ali, com Leminski, iria delirar. Abaixo um poema dele:
SE
(Paulo Leminski)
se
nem for
terra
se
trans
for
mar
Perceba que questões de mensagem e imagem se fundem em uma poemização profunda. Afirma-se que se não for terra, não há também de ser mar. Ao mesmo tempo, temos se Trans – algo substantivo – deixará de ser mar, descontruindo, destransformando a palavra Transformar. Para conseguir criar essa mensagem, as palavras foram dispostas – ao mesmo que as sílabas – uma abaixo das outras.
Como imagem, o texto possui simplesmente a pluralidade. E deve ser a partir desse senso que a interpretação deve se valer. Por isso, o estático aqui não deve ser colocado em ponto, mas sim a pura e simples síntese a partir do excesso. É a tônica básica da hipertextualidade.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Sexta às nove (20)
Sua dose semanal de remédio musical.
De Bob Marley, One Love. Por Playing For Change.
Playing for change é um projeto simples porém muito bonito: um bando de músicos pegou seus instrumentos e seus melhores equipamentos de som e saíram nesse mundão a fora fazendo música.
Para Saber mais e caso queira adquirir os materiais desses caras, visite a página do Paying For Change.
Porque o mundo precisa de paz e de música, muita música! =]
Aproveite!
De Bob Marley, One Love. Por Playing For Change.
Playing for change é um projeto simples porém muito bonito: um bando de músicos pegou seus instrumentos e seus melhores equipamentos de som e saíram nesse mundão a fora fazendo música.
Para Saber mais e caso queira adquirir os materiais desses caras, visite a página do Paying For Change.
Porque o mundo precisa de paz e de música, muita música! =]
Aproveite!
Crônicas – A Era desta Guerra – texto II
Sexta-feira à noite. Recebi a pior resposta para o excesso de trabalho. Depois de um dia exaustivo e problemático – até pelo excesso de chuva deste dia 9 de outubro – tarde da noite minha filha me esperava acordada. Há pelo menos dois dias não parávamos para ficarmos juntos. Como está crescendo, ela tem se apegado mais, dormido comigo, até afirmando que sou seu namorado. Sabe-se bem que isto é da fase, uma identificação aliada a uma disputa com a mãe pela atenção do pai. Normal. Mas a fatídica cena de encontrá-la chorando na porta da cozinha foi um tanto salgada. Ela morria de saudades do pai.
Naquela sexta eu deveria ter pedido demissão de um dos locais em que trabalho, por motivos de saúde (momento metalingüístico – agora mesmo escrevi sem intenção mortivos, como se houvesse-me em mim a morte a espreitar). E não pedi. Gosto dos alunos, gosto do lugar, a pessoa para quem trabalho é ótima. Mas eu preciso diminuir a carga, por racionais declarações sinceras do meu médico. Foi até enfático, “Se continuar, você vai se fuder!” Abaixei a cabeça e ri, aquele riso do mais amarelo possível. Preciso mudar as coisas, apenas me disse. Só que ver minha menina – tão minha menina assim – chorar no meu colo dizendo, Papai, o senhor trabalha muito, foi um baque dos mais infernais. Eu não agüentei. Como eu a apertava. E ela não se distanciava de mim. Apertou-me as bochechas. Beijou-me. Foi categórica, pare de trabalhar, papai. O senhor tem que brinca com Sofia. Preciso reproduzir a fonemização de Sofia. Ela se chama por Tutia. Assim mesmo, o sinhô tem qui bincá cum Tutia. Singelamente violento.
Fiquei com ela sem pensar que sábado eu teria que dar aula às oito da manhã. Seguir com aulas até uma e meia e chegar podre mais uma vez. Transpassado pela dor do cansaço. Lá ela estaria de novo, energizada, querendo pular e pular com o pai, e este devassado por aulas que devem possui um padrão alto de qualidade. Aulas que desgastam. Aulas que massacram. Todos saem falando bem. Aula boa, professor. E lá dentro. Que saudade das meninas. Essa dupla jornada de trabalho – tanto no financeiro quanto no caseiro – são agonizantes. Racionalismo e vontade são realmente elementos dicotômicos. Por isso muitos são aqueles que apostam na Megassena. Hei de concordar que se eu a ganhasse, passaria mais tempo escrevendo, mais tempo brincando com a baixinha, discutindo os DVDS do Cocoricó, ou assistindo ao Peixonauta, que adoramos. Mas não tem dado. A vida é uma eterna soberba de mentiras, e quanto mais eu trabalho, mais me escravizo na tristeza de ser uma peça social com um bom salário. Esta tem outras amarras, outros pelourinhos, nesse mundo de consumo e vitrine. Só que os chicotes não ferem a pele, mas rasgam com muito esmero. Tutia não me segurava um chicote, nem me batia, ela só apenas declarou que é dona. Senhora de um engenho paternalista. Com o choro mesclado com sorrisos altíssimos – quem me conhece sabe que tenho voz estridente e Sofia puxou-me isso – ela acordou a mãe. Sabe o eterno olhar gelificante? Pois bem, esse mesmo me veio. Fiquei com elas até pouco mais do que uma da manhã e acordei bem antes de conseguir descansar. O que fazer? O café não estava pronto, nem me tinha o tempo para tal. Entrei no carro logo após o banho e fui ao trabalho.
No meu carro, os primeiros sapatinhos dela estão pendurados no retrovisor. São aqueles que me foram dados por uma aluna chamada Pádua. Sim, uma aluna. Uma vez mais eu estava em sala de aula, algo que era necessário, eu precisava pagar o parto da baixinha, mas fiquei com aqueles pares, ela pouco os usou. Naquela manhã, eles balançavam mais. Quase me chutavam. Pelo menos eles me mantiveram acordado para poder chegar ao trabalho. Eles eram a vociferação de alguém que estava crescendo sem a minha presença, mas que já sabia gritar todo o direito que a ela pertencia. Eu mesmo não podia fazer muita coisa. Sempre estaria avassalado. Aquele dia minhas aulas foram emotivas. Mais do que o normal. Em uma eu quase chorei, era ela ali a mim também. Enquanto eu interpretava uma catarse, no fundo, bem no meu lá, havia a síntese de uma rachadura que se firmava, e quanto mais me exigia a aula, mais a ferida se erguia. Aquelas lágrimas naquela aula eram o tanto de você, minha mocinha, que me disse Te amo, Papai, da forma mais enraizadora que você podia. Eu apenas queria te dizer, também te amo, Sofia. Dessa vez, papai já está voltando para casa.
Naquela sexta eu deveria ter pedido demissão de um dos locais em que trabalho, por motivos de saúde (momento metalingüístico – agora mesmo escrevi sem intenção mortivos, como se houvesse-me em mim a morte a espreitar). E não pedi. Gosto dos alunos, gosto do lugar, a pessoa para quem trabalho é ótima. Mas eu preciso diminuir a carga, por racionais declarações sinceras do meu médico. Foi até enfático, “Se continuar, você vai se fuder!” Abaixei a cabeça e ri, aquele riso do mais amarelo possível. Preciso mudar as coisas, apenas me disse. Só que ver minha menina – tão minha menina assim – chorar no meu colo dizendo, Papai, o senhor trabalha muito, foi um baque dos mais infernais. Eu não agüentei. Como eu a apertava. E ela não se distanciava de mim. Apertou-me as bochechas. Beijou-me. Foi categórica, pare de trabalhar, papai. O senhor tem que brinca com Sofia. Preciso reproduzir a fonemização de Sofia. Ela se chama por Tutia. Assim mesmo, o sinhô tem qui bincá cum Tutia. Singelamente violento.
Fiquei com ela sem pensar que sábado eu teria que dar aula às oito da manhã. Seguir com aulas até uma e meia e chegar podre mais uma vez. Transpassado pela dor do cansaço. Lá ela estaria de novo, energizada, querendo pular e pular com o pai, e este devassado por aulas que devem possui um padrão alto de qualidade. Aulas que desgastam. Aulas que massacram. Todos saem falando bem. Aula boa, professor. E lá dentro. Que saudade das meninas. Essa dupla jornada de trabalho – tanto no financeiro quanto no caseiro – são agonizantes. Racionalismo e vontade são realmente elementos dicotômicos. Por isso muitos são aqueles que apostam na Megassena. Hei de concordar que se eu a ganhasse, passaria mais tempo escrevendo, mais tempo brincando com a baixinha, discutindo os DVDS do Cocoricó, ou assistindo ao Peixonauta, que adoramos. Mas não tem dado. A vida é uma eterna soberba de mentiras, e quanto mais eu trabalho, mais me escravizo na tristeza de ser uma peça social com um bom salário. Esta tem outras amarras, outros pelourinhos, nesse mundo de consumo e vitrine. Só que os chicotes não ferem a pele, mas rasgam com muito esmero. Tutia não me segurava um chicote, nem me batia, ela só apenas declarou que é dona. Senhora de um engenho paternalista. Com o choro mesclado com sorrisos altíssimos – quem me conhece sabe que tenho voz estridente e Sofia puxou-me isso – ela acordou a mãe. Sabe o eterno olhar gelificante? Pois bem, esse mesmo me veio. Fiquei com elas até pouco mais do que uma da manhã e acordei bem antes de conseguir descansar. O que fazer? O café não estava pronto, nem me tinha o tempo para tal. Entrei no carro logo após o banho e fui ao trabalho.
No meu carro, os primeiros sapatinhos dela estão pendurados no retrovisor. São aqueles que me foram dados por uma aluna chamada Pádua. Sim, uma aluna. Uma vez mais eu estava em sala de aula, algo que era necessário, eu precisava pagar o parto da baixinha, mas fiquei com aqueles pares, ela pouco os usou. Naquela manhã, eles balançavam mais. Quase me chutavam. Pelo menos eles me mantiveram acordado para poder chegar ao trabalho. Eles eram a vociferação de alguém que estava crescendo sem a minha presença, mas que já sabia gritar todo o direito que a ela pertencia. Eu mesmo não podia fazer muita coisa. Sempre estaria avassalado. Aquele dia minhas aulas foram emotivas. Mais do que o normal. Em uma eu quase chorei, era ela ali a mim também. Enquanto eu interpretava uma catarse, no fundo, bem no meu lá, havia a síntese de uma rachadura que se firmava, e quanto mais me exigia a aula, mais a ferida se erguia. Aquelas lágrimas naquela aula eram o tanto de você, minha mocinha, que me disse Te amo, Papai, da forma mais enraizadora que você podia. Eu apenas queria te dizer, também te amo, Sofia. Dessa vez, papai já está voltando para casa.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Um segundo momento – carência mal resolvida.
Não é de se esperar que um movimento se crie a partir de uma convicção. A internet foi a chance de se dar uma voz aos excluídos, aos não-cult, aos nerds e outros marginalizados. E eu, como mais um desses, não como síntese de todos, mas como um excluído natural, meu pedido antirromântico ainda está de pé. Como seria bom encontrar a síntese da vida em apenas uma única pessoa: você.
A você, que ainda não me existe, mas sei que foi feita para mim, eu sou você, e você é o meu eu. Já disse Cacaso uma vez, Eu e meu amor / fomos feitos um pro outro / só falta quem nos apresente. Com um título para lá de sintético, The End, também peço o fim, ainda o fim, do romantismo ortodoxo.
Num primeiro momento, eu até fui mal interpretado – mas meus leitores foram vítimas apenas de um texto sintético – não é o romantismo que se busca de fim, mas finalidade ao romantismo comum, cotidiano, gostoso de se viver. Esse mesmo romantismo que se vive de dedinhos cruzados, cabelinhos enrolados, carinho no rostinho delazinha. Enrolar os seus cabelos, pois eles não têm chance, são enrolados demais. Fazer carinho nela, pois o que se vem depois é mero caminho do cotidiano da vivência. Ver que seus dentes estão um pouco amarelos – o que tem? – puxar com carinho esse pelinho que sai do seu queixo por demais grande, eu os acho lindos. Não sou o Gregory Peck que a Deborah Kerr, mas se ela quer, que assim o faça. Nada de cruzes, medo, ou excesso de saliência, é apenas um equilibriozinho, daqueles bem docinhozinho de se ver. Ter a chance de escutar o seu cheiro – dúbio, não? – bem aqui no meu ouvidinho, quando você me vem com o nariz e me acorda – resolvida a dualidade?
Eu, que não sou personagem já-sendo, que escrevo o que não escrevo, o praticismo da praticalidade. Eu que te quero, que te amo porque te amo, sem razão já-justificada, nesse muito de um pouco. A você que existe, mas tão longe, acaba por não existir, a longínqua. O que eu realmente gostaria é de que todos e todas, sem preconceitos, apenas pelo simples júdice da felicidade pudessem viver, alheio a todos os defeitos. Mas somos dotados de julgamento, da problemática da comparação, e aí tudo se vai.
Peço, ainda, a todos aqueles que representam a marca da beleza do romantismo, com carinho, por favor, desapareçam, e deixem que os outros, esses todos, excluídos, possam também viver o caminho da felicidade mais simples, na pura desrazão do amor.
A você, que ainda não me existe, mas sei que foi feita para mim, eu sou você, e você é o meu eu. Já disse Cacaso uma vez, Eu e meu amor / fomos feitos um pro outro / só falta quem nos apresente. Com um título para lá de sintético, The End, também peço o fim, ainda o fim, do romantismo ortodoxo.
Num primeiro momento, eu até fui mal interpretado – mas meus leitores foram vítimas apenas de um texto sintético – não é o romantismo que se busca de fim, mas finalidade ao romantismo comum, cotidiano, gostoso de se viver. Esse mesmo romantismo que se vive de dedinhos cruzados, cabelinhos enrolados, carinho no rostinho delazinha. Enrolar os seus cabelos, pois eles não têm chance, são enrolados demais. Fazer carinho nela, pois o que se vem depois é mero caminho do cotidiano da vivência. Ver que seus dentes estão um pouco amarelos – o que tem? – puxar com carinho esse pelinho que sai do seu queixo por demais grande, eu os acho lindos. Não sou o Gregory Peck que a Deborah Kerr, mas se ela quer, que assim o faça. Nada de cruzes, medo, ou excesso de saliência, é apenas um equilibriozinho, daqueles bem docinhozinho de se ver. Ter a chance de escutar o seu cheiro – dúbio, não? – bem aqui no meu ouvidinho, quando você me vem com o nariz e me acorda – resolvida a dualidade?
Eu, que não sou personagem já-sendo, que escrevo o que não escrevo, o praticismo da praticalidade. Eu que te quero, que te amo porque te amo, sem razão já-justificada, nesse muito de um pouco. A você que existe, mas tão longe, acaba por não existir, a longínqua. O que eu realmente gostaria é de que todos e todas, sem preconceitos, apenas pelo simples júdice da felicidade pudessem viver, alheio a todos os defeitos. Mas somos dotados de julgamento, da problemática da comparação, e aí tudo se vai.
Peço, ainda, a todos aqueles que representam a marca da beleza do romantismo, com carinho, por favor, desapareçam, e deixem que os outros, esses todos, excluídos, possam também viver o caminho da felicidade mais simples, na pura desrazão do amor.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Constipação
Eu sou a favor do verbo-milímetro
Da vírgula-cicatriz
Da oração-simetria
Eu sou a favor da arte-esteta,
Da arte-ciência,
Da alopatia literária.
Tenho por consciência a palavra-Tyson
O substantivo pugilista
O hífen-socrático.
Eu sou a favor de todas as Artes
Que são vanguardas
Sem serem vanguardas.
Sou a favor do herói-egoísta
Do anti-herói altruísta
Dos todos não-tudo.
No mundo x-tudo sem bacon,
Da manteiga sem leite,
Todos os mundos são possíveis,
Até minha arte sem veia,
Mas com muito sangue e Areia.
Sei que minha arte não é Rock
Nem samba-sereia
Sinistra Arte-Candeia
Não vem de um subúrbio-sambista
Vem de um gosto egoísta
De ler a minha frase, a minha vida!
Da vírgula-cicatriz
Da oração-simetria
Eu sou a favor da arte-esteta,
Da arte-ciência,
Da alopatia literária.
Tenho por consciência a palavra-Tyson
O substantivo pugilista
O hífen-socrático.
Eu sou a favor de todas as Artes
Que são vanguardas
Sem serem vanguardas.
Sou a favor do herói-egoísta
Do anti-herói altruísta
Dos todos não-tudo.
No mundo x-tudo sem bacon,
Da manteiga sem leite,
Todos os mundos são possíveis,
Até minha arte sem veia,
Mas com muito sangue e Areia.
Sei que minha arte não é Rock
Nem samba-sereia
Sinistra Arte-Candeia
Não vem de um subúrbio-sambista
Vem de um gosto egoísta
De ler a minha frase, a minha vida!
sábado, 17 de outubro de 2009
4000 acessos!
É com grande satisfação que afirmo que nosso blog chegou a 4000 acessos hoje. É uma conquista, um fato, uma certa coroação.
Graças à qualidade dos textos de todos vocês, conseguimos uma galera firme que nos acessa. Além de todos aqueles que já sabem quem somos e que gostam de ler o que estamos colocando. Esse é um viva a todo o Grupo Pictorescos.
4000 acessos.
(Acho que desses 3000 são meus! - risos)
Graças à qualidade dos textos de todos vocês, conseguimos uma galera firme que nos acessa. Além de todos aqueles que já sabem quem somos e que gostam de ler o que estamos colocando. Esse é um viva a todo o Grupo Pictorescos.
4000 acessos.
(Acho que desses 3000 são meus! - risos)
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Sexta às nove (19)
Sua dose semanal de remédio musical.
O mundo pensava que sabia o que era o Jazz.
Até Miles Davis chegar com Kind of Blue.
Aproveite!
O mundo pensava que sabia o que era o Jazz.
Até Miles Davis chegar com Kind of Blue.
Aproveite!
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Crônicas – A Era desta Guerra – texto I
Depois de eu ter declarado tal guerra mostrada anteriormente, precisava, antes de mais nada, ter um assunto para poder travar o duelo. Mas já digo de antemão que este não será o tema que vai servir para todas as outras crônicas que vou escrever aqui para o Pictorescos. A priori, vou escrever sobre os ganhadores do Prêmio São Paulo de Literatura, algo que tem me chamado a atenção nesses últimos dois anos. A projeção que se ganha com o prêmio é muito maior do que outros prêmios um dia sonharam. Os seus criadores desde o início quiseram essa projeção, algo que chama a atenção de maneira frenética e avassaladora. Conseguiram. O prêmio conquistou renome, credibilidade e, sobretudo, a amplitude que é necessária para obras de grande peso e publicação. Além do mais, dá uma visibilidade a novos escritores, aqueles que só seriam descobertos por vorazes leitores ou quando houvesse o tempo a chamarem-nos à importância.
Eu mesmo sou um leitor que busca os novos. Lembro-me bem de uma aula de Antônio Torres lá na minha UERJ, quando afirmou que os contemporâneos seus não liam os autores contemporâneos. Tomei aquilo como uma bandeira e saí à procura de novos na internet. Primeiro, não havia um portal ou algum site que pudesse resumir tal busca. Porém, minha sorte foi ter encontrado o pessoal das Bagatelas e ali ter conseguido um espaço. As Bagatelas abriram portas inimaginadas, antes apenas sonhadas em pedidos a Papai do Céu, em roda de Curimba e outros apetrechos que aliviam e trazem paz momentânea. Com eles, descobri o mundo maravilhoso da publicação, da descoberta, do conhecimento de perto de escritores, autores, artistas dos mais diversos calibres, e nenhum deles dotados apenas de sonho, mas de um talento acima de qualquer suspeita. Destaco dessa época o Botter, Paulo Castro, Marcelino Freire, Claudinei Vieira, Vidal, Flávio, Tati Carlotti como os mais talentosos dessa safra de conquistadores. Depois me vieram os Paralelos, outros feras, outros baratos também. A própria Cecília Gianetti – se me não engano – era do grupo. Ela foi laureada, ano passado, merecidamente, com o prêmio SP de Literatura. Ainda não tive a chance de lê-la, o ano anda – como sempre – muito corrido. Mas lê-la-ei. Tal qual descobri o Tezza, agora o Altair Martins. Na internet – essa matadora de dúvidas – consegui ler os dois primeiros capítulos do livro de Martins. Prêmio merecido como escritor em seu primeiro romance. Esse, realmente, tem um futuro certo, se não cometer enganos.
O bom desse prêmio não é somente a chance, mas também a qualidade. Eu consegui ler o que eu sempre gostaria de ter lido. Já devorei bons escritores como Faulkner, Woolf, DH Lawrence, Guimarães Rosa, o próprio Antônio Torres – só me faltam dois livros deles para eu fechar sua obra, meu problema é o Cachorro e o Lobo, um fenômeno – Adonias Filho – Graciliano Ramos e sei lá mais quantos. O problema de lê-los é saber que um dia você chegará ao fim de sua obra. Antônio, pelo menos, está vivíssimo e produzindo. O Seu último livro, Pelo Fundo da Agulha, li ano passado, é de um bom gosto salutar. Mas agora eu consegui dar voz à minha bandeira e poder ver o que há de fino trato na produção iniciante no Brasil. Isso eu sempre quis mesmo saber. Com a minha época de Bagatelas, eu pude ler alguns prelos, outros em bonecas, alguns miolos, ter a chance de discutir antes da ideia tornar-se obra, ajudar, entreter-me pensando. Li alguns Independentes – que ainda no Brasil tem sinônimo de azarado ou obra de pouca qualidade. Um livro em especial – que até ajudei a analisar pontos ortográficos e gramaticais – é o Sonhos não passam disso, do Rodrigo Melo, outro de calibre em expansão. O livro é uma reunião de Contos da época das Bagatelas e outros inéditos. Não havia um conto ruim, nada de mediano ou qualquer outro desabono. Os textos eram perfeitos, e o título não deixa de ter um papel especial. Sonhos não passam disso parecia na verdade a declaração de uma publicação. A primeira obra é sintetizada a partir de um sonho. E que bom sonho era aquele.
Na verdade, aconselho a todos que entrem em algum site de busca e cate por esses do Prêmio SP de Literatura. Vá atrás deles e saiba quem são. Ler é enriquecer cabeça, dar moral ao neurônio. Sei que muitos estarão aí talvez afirmando que não têm tempo de ler. Mas eu sempre digo, há como ler cinco ou dez páginas antes de dormir. Desligue a televisão um pouco e parta para ler um livrinho. O importante é ler. Sempre que puder.
Eu mesmo sou um leitor que busca os novos. Lembro-me bem de uma aula de Antônio Torres lá na minha UERJ, quando afirmou que os contemporâneos seus não liam os autores contemporâneos. Tomei aquilo como uma bandeira e saí à procura de novos na internet. Primeiro, não havia um portal ou algum site que pudesse resumir tal busca. Porém, minha sorte foi ter encontrado o pessoal das Bagatelas e ali ter conseguido um espaço. As Bagatelas abriram portas inimaginadas, antes apenas sonhadas em pedidos a Papai do Céu, em roda de Curimba e outros apetrechos que aliviam e trazem paz momentânea. Com eles, descobri o mundo maravilhoso da publicação, da descoberta, do conhecimento de perto de escritores, autores, artistas dos mais diversos calibres, e nenhum deles dotados apenas de sonho, mas de um talento acima de qualquer suspeita. Destaco dessa época o Botter, Paulo Castro, Marcelino Freire, Claudinei Vieira, Vidal, Flávio, Tati Carlotti como os mais talentosos dessa safra de conquistadores. Depois me vieram os Paralelos, outros feras, outros baratos também. A própria Cecília Gianetti – se me não engano – era do grupo. Ela foi laureada, ano passado, merecidamente, com o prêmio SP de Literatura. Ainda não tive a chance de lê-la, o ano anda – como sempre – muito corrido. Mas lê-la-ei. Tal qual descobri o Tezza, agora o Altair Martins. Na internet – essa matadora de dúvidas – consegui ler os dois primeiros capítulos do livro de Martins. Prêmio merecido como escritor em seu primeiro romance. Esse, realmente, tem um futuro certo, se não cometer enganos.
O bom desse prêmio não é somente a chance, mas também a qualidade. Eu consegui ler o que eu sempre gostaria de ter lido. Já devorei bons escritores como Faulkner, Woolf, DH Lawrence, Guimarães Rosa, o próprio Antônio Torres – só me faltam dois livros deles para eu fechar sua obra, meu problema é o Cachorro e o Lobo, um fenômeno – Adonias Filho – Graciliano Ramos e sei lá mais quantos. O problema de lê-los é saber que um dia você chegará ao fim de sua obra. Antônio, pelo menos, está vivíssimo e produzindo. O Seu último livro, Pelo Fundo da Agulha, li ano passado, é de um bom gosto salutar. Mas agora eu consegui dar voz à minha bandeira e poder ver o que há de fino trato na produção iniciante no Brasil. Isso eu sempre quis mesmo saber. Com a minha época de Bagatelas, eu pude ler alguns prelos, outros em bonecas, alguns miolos, ter a chance de discutir antes da ideia tornar-se obra, ajudar, entreter-me pensando. Li alguns Independentes – que ainda no Brasil tem sinônimo de azarado ou obra de pouca qualidade. Um livro em especial – que até ajudei a analisar pontos ortográficos e gramaticais – é o Sonhos não passam disso, do Rodrigo Melo, outro de calibre em expansão. O livro é uma reunião de Contos da época das Bagatelas e outros inéditos. Não havia um conto ruim, nada de mediano ou qualquer outro desabono. Os textos eram perfeitos, e o título não deixa de ter um papel especial. Sonhos não passam disso parecia na verdade a declaração de uma publicação. A primeira obra é sintetizada a partir de um sonho. E que bom sonho era aquele.
Na verdade, aconselho a todos que entrem em algum site de busca e cate por esses do Prêmio SP de Literatura. Vá atrás deles e saiba quem são. Ler é enriquecer cabeça, dar moral ao neurônio. Sei que muitos estarão aí talvez afirmando que não têm tempo de ler. Mas eu sempre digo, há como ler cinco ou dez páginas antes de dormir. Desligue a televisão um pouco e parta para ler um livrinho. O importante é ler. Sempre que puder.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
Fim ao romantismo mais balela.
Pois é, venho por meio desta pedir ao Conselho Mundial de Amantes Carentes o fim do Romantismo mais tradicional. Tal pedido se dá, pois vejo que foi o mesmo que trouxe as falsas inspirações da proximidade, o mal da imaginação ao amor maior, e principalmente, o ideal de belo do corpo perfeito.
Gostaria de que tal pedido fosse mesurado, pois nunca fui detentor do mais belo corpo – aliás, eu pareço o negativo do Tim Maia – e depois da falência de vários relacionamentos meus, vejo que o motivo foi exatamente excesso de imaginação de minhas namoradas, da idealização do mundo intransponível do amor sublime. Gostaria por deveras que se sacrificasse o Romantismo, não como um todo, mas o seu aspecto de imaginação prévia. Penso que seja melhor descobrir Romantismo com o tempo do que vivê-lo para depois ser deflagrado pela realidade.
Digo até que todos somos vítimas. Não sabemos mais como agir diante de uma possível amada – hoje traduzida como peguete – por usarmos as armas do Romantismo logo no início da conquista. Sim, somos carinhosos, apaixonamo-nos fácil, nossa paixão também é vítima do tesão, mas a carapuça do Romantismo nos faz trazer expectativas maiores à peguete, outrora amada. E assim se vai mais um relacionamento, datado, perecível, limitado, por mais uma dose de excessos românticos.
Peço o fim, pois eu não sei mais agir de outra maneira. Gostaria de um novo modelo de homem, algo que consiga despertar paixões belas, sublimes, até controláveis, mas arrebatadoras e duradouras. Sabe, algo que extrapolasse a barreira do 1 ano e meio, um relacionamento forte, firme, longevo. Não sei mais como agir para que tenha paz num único possível amor. Não possuo grandes dotes financeiros, por isso não posso apelas para a beleza dos Cartões de Crédito. Sou simples, gosto de samba e uma cervejinha. Sou Macunaíma travestido de Peri, sem tacapes modernos como carro ou roupa bacana. O que me sobra é a lábia, que está desgastada por promessas de paz duradoura, mas que não surtem mais efeito. Por isso, quero o fim do Romantismo, pois não agüento mais chorar pela existência da minha mais eterna bela. Por favor, peço carecidamente que considerem o meu pedido.
(Publicado originalmente em Trema Literatura - www.tremaliteratura.com)
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Sexta às nove (18)
Sua dose semanal de remédio musical
Segundo o Lexikon, iDicionário Aulete:
Invenção:
1. Ação ou resultado de inventar, de criar, de engendrar (algo); CRIAÇÃO: a invenção do avião.
2. Habilidade de inventar; CRIATIVIDADE; INVENTIVIDADE
Espontâneo:
1. Que se manifesta de maneira natural, sem premeditação, sem desvios; SINCERO2. Sem artificialismo ou afetação3. Feito sem obrigação, por iniciativa própria
E agora com vocês, o início do Show Invenções Espontâneas de Bobby McFerrin.
Genial, totalmente genial!!!
Segundo o Lexikon, iDicionário Aulete:
Invenção:
1. Ação ou resultado de inventar, de criar, de engendrar (algo); CRIAÇÃO: a invenção do avião.
2. Habilidade de inventar; CRIATIVIDADE; INVENTIVIDADE
Espontâneo:
1. Que se manifesta de maneira natural, sem premeditação, sem desvios; SINCERO2. Sem artificialismo ou afetação3. Feito sem obrigação, por iniciativa própria
E agora com vocês, o início do Show Invenções Espontâneas de Bobby McFerrin.
Genial, totalmente genial!!!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Declaração de Guerra!
Estou aqui declarando uma guerra ao Cerestino. Eu a estou declarando, na verdade, não contra ele, mas contra a sua volumosa contribuição sobre música aqui. Mais cedo ou mais tarde a seção dele vai passar o volume de crônicas aqui publicadas. Por isso, requisito todos os autores – inclusive o Cerestino – a escreverem mais crônicas, para que estas ainda mantenham a supremacia numérica de publicações, mas sei que há um problema. Enquanto que nossas crônicas – como quase a de todos os autores – vêm de uma situação vivida ou percebida, a música analisada por Cerestino vem de sua experiência como músico e coletor de bons exemplos. Mas estou preocupado, na área destinada a publicações, ele já deixou agendado mais 20 colunas, enquanto que a de crônicas tem só mais cinco. Por isso, estou declarando essa guerra. Não só para haverem muitas colunas de músicas, mas também muitas colunas de crônicas.
Numa tentativa de manter ainda a liderança, em nome da crônica, resolvi escrever essa declaração de guerra em forma de crônica. Coitada, ela que é o artifício de nossa análise sobre o mundo, de nossa perspectiva de vida, sem todos os floreamentos relativos à poesia ou conto, ela que é nossa prima mais próxima, nosso post mais sofisticado, está com medo de ser ultrapassada pelas vaticinais análises de Cerestino e sua firme capacidade de trazer vida a letras antes esquecidas no emjambment das músicas. Sabe quando você vê a tempestade chegando, com todo aquele volume de água, atrás de você nada mais do que um lago, e você na última ponta da superfície, equilibrado entre a tênue linha úmida e seca daquela areia que limita a insistência adolescente das idas e vindas das mais breves ondas, é isso, que eu sinto, que a crônica, como número de publicações, está sentindo. E lá no cerne de nossas colunas, as publicações programadas para virem ao ar, ela sente que não tem muitas chances. Mas se diz, ainda não estou em cheque, mas perdendo os meus peões.
Lá no fundo de nossas mentes cronistas, a crônica se resume, estão vindo os Trezentos de Esparta, mas nossa horda ainda é mais volumosa, nossos lutadores são mais experientes – digam-se velhos – e por isso vocês precisam colocar mais suas vicissitudes no papel. Escrevam com a firmeza de todos os tempos, coloquem seus dígitos a favor do teclado. Digitem-se, pois mais cedo ou mais tarde, Os Trezentos pontos de Cerestino irão nos passar, e aí, vocês, aglomerados de aulas e mestrados e doutorados, não terão a mínima chance com a força descomunal desse Sansão da Música, da percepção e da sensibilidade. Nós, como cronistas, peças da crônica, ficaremos para trás. E aí, nada mais poderá ser feito, a não ser continuar escrevendo timidamente, intimidados por todas as músicas bem colocadas e firmes, deliciosas como geleia de amora, mas incapazes de serem superadas em volume de publicação, pois eles estão tão lá na frente e nós aqui, esquecidos a um segundo plano. Por favor, ajudem-me, Crônica, a me manter na liderança.
Numa tentativa de manter ainda a liderança, em nome da crônica, resolvi escrever essa declaração de guerra em forma de crônica. Coitada, ela que é o artifício de nossa análise sobre o mundo, de nossa perspectiva de vida, sem todos os floreamentos relativos à poesia ou conto, ela que é nossa prima mais próxima, nosso post mais sofisticado, está com medo de ser ultrapassada pelas vaticinais análises de Cerestino e sua firme capacidade de trazer vida a letras antes esquecidas no emjambment das músicas. Sabe quando você vê a tempestade chegando, com todo aquele volume de água, atrás de você nada mais do que um lago, e você na última ponta da superfície, equilibrado entre a tênue linha úmida e seca daquela areia que limita a insistência adolescente das idas e vindas das mais breves ondas, é isso, que eu sinto, que a crônica, como número de publicações, está sentindo. E lá no cerne de nossas colunas, as publicações programadas para virem ao ar, ela sente que não tem muitas chances. Mas se diz, ainda não estou em cheque, mas perdendo os meus peões.
Lá no fundo de nossas mentes cronistas, a crônica se resume, estão vindo os Trezentos de Esparta, mas nossa horda ainda é mais volumosa, nossos lutadores são mais experientes – digam-se velhos – e por isso vocês precisam colocar mais suas vicissitudes no papel. Escrevam com a firmeza de todos os tempos, coloquem seus dígitos a favor do teclado. Digitem-se, pois mais cedo ou mais tarde, Os Trezentos pontos de Cerestino irão nos passar, e aí, vocês, aglomerados de aulas e mestrados e doutorados, não terão a mínima chance com a força descomunal desse Sansão da Música, da percepção e da sensibilidade. Nós, como cronistas, peças da crônica, ficaremos para trás. E aí, nada mais poderá ser feito, a não ser continuar escrevendo timidamente, intimidados por todas as músicas bem colocadas e firmes, deliciosas como geleia de amora, mas incapazes de serem superadas em volume de publicação, pois eles estão tão lá na frente e nós aqui, esquecidos a um segundo plano. Por favor, ajudem-me, Crônica, a me manter na liderança.
domingo, 4 de outubro de 2009
Sivuca & Hermeto
Na garoa dessa tarde
sinto a morte me vir lembrar
que por hoje alegria foi bastante
e a tristeza da noite é par
É fato, hoje me alegrei
ri comigo mesmo
pro meu bem me confessei
Não há chuva que apague
nem trovão que me ponha medo
o Amor chegou e já está em casa
e fez da tristeza engano ledo.
sinto a morte me vir lembrar
que por hoje alegria foi bastante
e a tristeza da noite é par
É fato, hoje me alegrei
ri comigo mesmo
pro meu bem me confessei
Não há chuva que apague
nem trovão que me ponha medo
o Amor chegou e já está em casa
e fez da tristeza engano ledo.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Sexta às nove (17)
Sua dose semanal de remédio musical.
Si, já fui fã e ainda gosto muito das músicas do Jack Johnson.
E como Better Together é emblemático, nada melhor que postá-la para vós outros.
Inda mais com um adendo latino do Buena Vista Social Club.
Uma coisa tenho de admitir, está estressado? Ouça Jack Johnson!
Aproveite!
Si, já fui fã e ainda gosto muito das músicas do Jack Johnson.
E como Better Together é emblemático, nada melhor que postá-la para vós outros.
Inda mais com um adendo latino do Buena Vista Social Club.
Uma coisa tenho de admitir, está estressado? Ouça Jack Johnson!
Aproveite!
Assinar:
Postagens (Atom)