Depois de vinte publicações, resolvi começar um outro ponto para essas nossas Entrevistas Literárias. Como é um trabalho de burilação internética, as oportunidades surgem pingadas.
Dessa vez, fui a um canal do Youtube e vou publicá-los aqui.
Mais um para a série OS CONTEMPORÂNEOS DO XXI.
O primeiro: Fabiano Calixto.
Pelo sobrenome, podem até pensar algo. Mas não. É coleta. E feliz. Conheci-o aqui. E pelo que li na net, é bom, muito bom, merece aquele respeito mesmo.
terça-feira, 30 de março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
Por que, só, já.
Se quer me embalar
Por que não me embala?
Se quer me pegar
Por que não me pega?
Se quer me beijar
Por que não me beija?
Se quer me tocar
Por que não me toca?
Se quer me afastar
Por que não me afasta?
Se quer me amar
Por que não me ama?
Se não quer me amar
Por que ama?
Só para me enlouquecer?
Só para me envelhecer?
Só para me entristecer?
Só para me enfraquecer?
Só para me empalidecer?
Só para me ver
correndo atrás de você.
Já te abri minha mente
Já te abri minha alma
Já te abri meu coração
Já abri minha boca
Pra dizer que te amo.
E você, não vai dizer nada?
Por que não me embala?
Se quer me pegar
Por que não me pega?
Se quer me beijar
Por que não me beija?
Se quer me tocar
Por que não me toca?
Se quer me afastar
Por que não me afasta?
Se quer me amar
Por que não me ama?
Se não quer me amar
Por que ama?
Só para me enlouquecer?
Só para me envelhecer?
Só para me entristecer?
Só para me enfraquecer?
Só para me empalidecer?
Só para me ver
correndo atrás de você.
Já te abri minha mente
Já te abri minha alma
Já te abri meu coração
Já abri minha boca
Pra dizer que te amo.
E você, não vai dizer nada?
sexta-feira, 26 de março de 2010
Sexta às Nove (41)
Sua dose semanal de remédio musical.
Ladys and Gentleman....
[e vocês já conhecem a piadinha]
Greeeeeg Patillo!!!
Eu realmente nunca havia visto tal coisa. E confesso que por 3 vezes achei que o vídeo era falso. rs
Mas me surpreendeu e me encheu a mente de alegria!
Aproveite.
Ladys and Gentleman....
[e vocês já conhecem a piadinha]
Greeeeeg Patillo!!!
Eu realmente nunca havia visto tal coisa. E confesso que por 3 vezes achei que o vídeo era falso. rs
Mas me surpreendeu e me encheu a mente de alegria!
Aproveite.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Segundas de Literatura XX
Chegamos a vinte publicações.
Um caminho.
Encontrei em navegação, poeta Ricardo Máximo, nesse vídeo raríssimo, declamando um poema simples, de muito bom gosto. Ele que já recebeu elogios até de Saramago está agora aqui com a gente.
Um caminho.
Encontrei em navegação, poeta Ricardo Máximo, nesse vídeo raríssimo, declamando um poema simples, de muito bom gosto. Ele que já recebeu elogios até de Saramago está agora aqui com a gente.
domingo, 21 de março de 2010
ABJETA MULHER OBJETO
A coisa já vem rolando há muitas décadas, mas agora está atingindo níveis que ultrapassam qualquer limite, até o mais lasso. O que está acontecendo com as mulheres brasileiras? Onde foi parar o nosso amor-próprio? O que vejo atualmente tem me deixado envergonhada e triste; envergonhada porque também sou mulher – embora hajam várias classes de nós – e triste, pois o comportamento que grassa é depreciativo, pra usar o adjetivo mais delicado!
Vamos fazer uma busca, em nossas memórias, sobre a condição da mulher desde os tempos antigos. Comecemos pela condição feminina na Grécia de nosso mestre Homero; todos devem se lembrar que politicamente a mulher não tinha nenhuma representatividade e talvez valesse menos do que um escravo, pois esse pelo menos sabia ler e escrever. Naquela época, nós mulheres, não tínhamos quase serventia, basicamente éramos reprodutoras e governantas; a educação dos filhos corria por conta dos pais e seus preceptores e até a preferência sexual dos homens era por seus iguais, cabía-nos dar ordens aos escravos para assegurar o bom funcionamento da casa. Casos de luxúria pelo nosso sexo eram mais fáceis de se encontrar entre as lendas mitológicas e na conhecida história do Cavalo de Tróia, onde a bela Helena, esposa de Menelau, foi raptada por Páris. Não cabe aqui narrar-lhes esse episódio – facilmente encontrado em bibliotecas e na Internet – e sim assinalar como até em casos onde a mulher é o centro das atenções, ela é tratada como um mero objeto jogado de lá pra cá, como uma bolinha de tênis. Avançando no curso da História, fazemos uma parada na Idade Média, onde as mulheres eram consideradas piores que o demônio, a própria encarnação do Mal e, por isso mesmo, digna de todas as humilhações e baixezas a que pode ser submetido um ser humano; até um porco tinha mais privilégios do que uma mulher e se esta fosse plebéia, aí as minhocas da terra eram mais bem tratadas. Éramos seviciadas por reis, nobres, membros do clero, soldados, lavradores, renegados, leprosos e por quantos mais entrassem na fila do estupro! E assim continuamos, fazendo papel de moeda de troca, até aterrissarmos na Era Industrial, onde começamos a ter uma vaga idéia do nosso valor, primeiro como mão-de-obra, depois como cidadãs e na sequência como MULHERES. E é nesse ponto que tenho que concordar com Deus quando disse à Eva que não comesse da Árvore do Conhecimento. Ele já sabia que conhecimento sem sabedoria, sem moderação produz excessos desastrosos.
Surgem as feministas que, se por um lado lutaram pela independência feminina, por outro deram o primeiro passo para a destruição da mulher. Tudo bem que foi por causa delas que hoje nós votamos e galgamos altos postos na política nacional e mundial, foi por causa delas que nós podemos falar abertamente sobre sexo e temos vontade própria na cama, mas também foi por causa delas que hoje os homens nos tratam como iguais, tão iguais que eles não veem a menor necessidade de ser gentis! E o pior de tudo, foi através delas que nos empapuçamos de liberdade e vocês conhecem o ditado Quem nunca comeu melado quando come se lambuza! Estamos nos sentindo tão livres, tão independentes, tão donas do nosso nariz, que achamos que podemos fazer o que bem entendermos, sem nos importarmos com as consequências. Somos donas dos nossos corpos e podemos dispor deles como nos convier, certo? Certo, mas olhem só ao ponto em que chegamos quando não temos bom senso: estamos superexpondo o corpo feminino em troca de fama e de dinheiro. E o que ganhamos com isso? Quinze minutos na tela da TV? A capa da Playboy e um apartamento na Barra? O título de a mais gostosa da Sapucaí? E isso vale a nossa dignidade? Isso vale a perda do respeito?
É deprimente ver mulheres tão cheias de potencial se contentando e até lutando para serem reconhecidas como a boazuda do Carnaval ou a “Cachorra” do funk. Vejo belos exemplares do nosso sexo se acabando em academias só para poderem aparecer na avenida do samba exibindo um tapa-sexo do tamanho de um band-aid. Meu Deus, o que se ganha com esse show de vulgaridade? Talvez um caso com um magnata qualquer e um cartão de crédito sem limite. Mas por quanto tempo? Porque uma união com base no sexo, até vence, mas não convence, ou seja, dura pouco, pois o que conta mesmo é o intelecto. A mulher hoje mais parece um pedaço de filet mignon pendurado na vitrine do açougue ou uma lata de sardinha na prateleira do supermercado, quem estiver disposto a pagar o preço, leva a mercadoria.
Foi para isso que lutamos tanto ao longo desses anos? Foi a isso que reduzimos a conquista feminista na qual tantas de nós pereceram. Mulheres valorosas deram suas vidas para que hoje eu possa estar aqui escrevendo esse texto sem nenhum medo de ir parar na fogueira. Esse meu protesto é uma oferenda, é a minha maneira de reverenciá-las e agradecer por tudo que fizeram. Acho que liberdade tem que ser usada com responsabilidade. Batalhamos tanto para sermos reconhecidas e agora estamos involuindo, estamos voltando a ser um mero objeto, um joguete do mercado.
Estou legislando em causa própria sim! Não quero ser tangida como uma vaca ao sabor da moda, da televisão! Quero ser reconhecida pelos meus valores, por minha capacidade e não pela minha bunda ou pela quantidade de silicone do meu peito. Lembrem-se que a cabeça – de um ser humano “original” de fábrica – é mais pesada que o resto do corpo e, se a Natureza é sábia, por que os seios devem pesar mais do que o cérebro agora?!
Uma ressalva: antes que alguém diga que eu estou esculhambando as mulheres, quero me defender dizendo primeiro que também sou mulher, então posso criticar à vontade e depois, que reconheço que existiram mulheres maravilhosas, fortes, dignas, em posições de comando e que exerceram seu poder melhor do que muitos homens. Só pra citar algumas delas: Cleópatra, Mary da Escócia, Rainha Elisabeth, Joana D'Arc, Teresa D'Avila, Marie Curie, Ana Néri, Golda Meir, Margareth Tatcher, Princesa Isabel, Benazir Bhutto, Olga Benário, Madre Teresa de Calcutá, Anita Garibaldi, Zilda Arns, Raquel de Queiroz, Fernanda Montenegro, Glória Pires e Glória Perez entre tantas outras. E graças a Deus por elas terem existido e pelas que ainda estão entre nós, pois são elas que nos dão orgulho de levantar a cabeça e encher a boca pra dizer: EU SOU MULHER!
Vamos fazer uma busca, em nossas memórias, sobre a condição da mulher desde os tempos antigos. Comecemos pela condição feminina na Grécia de nosso mestre Homero; todos devem se lembrar que politicamente a mulher não tinha nenhuma representatividade e talvez valesse menos do que um escravo, pois esse pelo menos sabia ler e escrever. Naquela época, nós mulheres, não tínhamos quase serventia, basicamente éramos reprodutoras e governantas; a educação dos filhos corria por conta dos pais e seus preceptores e até a preferência sexual dos homens era por seus iguais, cabía-nos dar ordens aos escravos para assegurar o bom funcionamento da casa. Casos de luxúria pelo nosso sexo eram mais fáceis de se encontrar entre as lendas mitológicas e na conhecida história do Cavalo de Tróia, onde a bela Helena, esposa de Menelau, foi raptada por Páris. Não cabe aqui narrar-lhes esse episódio – facilmente encontrado em bibliotecas e na Internet – e sim assinalar como até em casos onde a mulher é o centro das atenções, ela é tratada como um mero objeto jogado de lá pra cá, como uma bolinha de tênis. Avançando no curso da História, fazemos uma parada na Idade Média, onde as mulheres eram consideradas piores que o demônio, a própria encarnação do Mal e, por isso mesmo, digna de todas as humilhações e baixezas a que pode ser submetido um ser humano; até um porco tinha mais privilégios do que uma mulher e se esta fosse plebéia, aí as minhocas da terra eram mais bem tratadas. Éramos seviciadas por reis, nobres, membros do clero, soldados, lavradores, renegados, leprosos e por quantos mais entrassem na fila do estupro! E assim continuamos, fazendo papel de moeda de troca, até aterrissarmos na Era Industrial, onde começamos a ter uma vaga idéia do nosso valor, primeiro como mão-de-obra, depois como cidadãs e na sequência como MULHERES. E é nesse ponto que tenho que concordar com Deus quando disse à Eva que não comesse da Árvore do Conhecimento. Ele já sabia que conhecimento sem sabedoria, sem moderação produz excessos desastrosos.
Surgem as feministas que, se por um lado lutaram pela independência feminina, por outro deram o primeiro passo para a destruição da mulher. Tudo bem que foi por causa delas que hoje nós votamos e galgamos altos postos na política nacional e mundial, foi por causa delas que nós podemos falar abertamente sobre sexo e temos vontade própria na cama, mas também foi por causa delas que hoje os homens nos tratam como iguais, tão iguais que eles não veem a menor necessidade de ser gentis! E o pior de tudo, foi através delas que nos empapuçamos de liberdade e vocês conhecem o ditado Quem nunca comeu melado quando come se lambuza! Estamos nos sentindo tão livres, tão independentes, tão donas do nosso nariz, que achamos que podemos fazer o que bem entendermos, sem nos importarmos com as consequências. Somos donas dos nossos corpos e podemos dispor deles como nos convier, certo? Certo, mas olhem só ao ponto em que chegamos quando não temos bom senso: estamos superexpondo o corpo feminino em troca de fama e de dinheiro. E o que ganhamos com isso? Quinze minutos na tela da TV? A capa da Playboy e um apartamento na Barra? O título de a mais gostosa da Sapucaí? E isso vale a nossa dignidade? Isso vale a perda do respeito?
É deprimente ver mulheres tão cheias de potencial se contentando e até lutando para serem reconhecidas como a boazuda do Carnaval ou a “Cachorra” do funk. Vejo belos exemplares do nosso sexo se acabando em academias só para poderem aparecer na avenida do samba exibindo um tapa-sexo do tamanho de um band-aid. Meu Deus, o que se ganha com esse show de vulgaridade? Talvez um caso com um magnata qualquer e um cartão de crédito sem limite. Mas por quanto tempo? Porque uma união com base no sexo, até vence, mas não convence, ou seja, dura pouco, pois o que conta mesmo é o intelecto. A mulher hoje mais parece um pedaço de filet mignon pendurado na vitrine do açougue ou uma lata de sardinha na prateleira do supermercado, quem estiver disposto a pagar o preço, leva a mercadoria.
Foi para isso que lutamos tanto ao longo desses anos? Foi a isso que reduzimos a conquista feminista na qual tantas de nós pereceram. Mulheres valorosas deram suas vidas para que hoje eu possa estar aqui escrevendo esse texto sem nenhum medo de ir parar na fogueira. Esse meu protesto é uma oferenda, é a minha maneira de reverenciá-las e agradecer por tudo que fizeram. Acho que liberdade tem que ser usada com responsabilidade. Batalhamos tanto para sermos reconhecidas e agora estamos involuindo, estamos voltando a ser um mero objeto, um joguete do mercado.
Estou legislando em causa própria sim! Não quero ser tangida como uma vaca ao sabor da moda, da televisão! Quero ser reconhecida pelos meus valores, por minha capacidade e não pela minha bunda ou pela quantidade de silicone do meu peito. Lembrem-se que a cabeça – de um ser humano “original” de fábrica – é mais pesada que o resto do corpo e, se a Natureza é sábia, por que os seios devem pesar mais do que o cérebro agora?!
Uma ressalva: antes que alguém diga que eu estou esculhambando as mulheres, quero me defender dizendo primeiro que também sou mulher, então posso criticar à vontade e depois, que reconheço que existiram mulheres maravilhosas, fortes, dignas, em posições de comando e que exerceram seu poder melhor do que muitos homens. Só pra citar algumas delas: Cleópatra, Mary da Escócia, Rainha Elisabeth, Joana D'Arc, Teresa D'Avila, Marie Curie, Ana Néri, Golda Meir, Margareth Tatcher, Princesa Isabel, Benazir Bhutto, Olga Benário, Madre Teresa de Calcutá, Anita Garibaldi, Zilda Arns, Raquel de Queiroz, Fernanda Montenegro, Glória Pires e Glória Perez entre tantas outras. E graças a Deus por elas terem existido e pelas que ainda estão entre nós, pois são elas que nos dão orgulho de levantar a cabeça e encher a boca pra dizer: EU SOU MULHER!
sábado, 20 de março de 2010
Uma entrada e uma saída.
Tenho uma notícia boa e uma notícia ruim. Qual que vocês querem primeiro? Hum, deixe-me imaginar, como todo ser humano gosta intimamente de uma catástrofe, sabendo que toda violência é fascinante, vocês devem estar naquele limite entre coerção, ética e personalidade para responder pela notícia boa, mas no fundo, no fundo, doidos para saberem a notícia ruim. Porém, coercivo que sou, vou para a notícia boa, até porque a que eu tenho como triste, para mim é bem triste mesmo.
A feliz, a mais do que feliz, é a realização, bem antes do tempo, de uma meta que eu tinha estipulado aqui para o Pictorescos, eu queria colocar três autoras de ponta no Grupo, para equilibrar a existência feminina a nós. Como eu tenho aqui um número de colunistas que nunca escreveram, mas que estão preparando uma obra-prima para lá de inimaginável – assim me dizem – eu precisava de outras para compor um corpo feminino de respeito – sem trocadilhos, por favor – e colocá-las logo de frente. Porém, pensei que fosse levar tempo. Que nada. As irmãs Zdanowsky logo vieram, e uma amiga de Letras e Confissões, Alexandra Dodelles, entrou semana passada aqui no grupo. Ela assinará pelo nome Dody Hari, motivo que depois ela explicará (não vou negar que eu sei qual é, mas certas explicações ficam melhores vindas de seus autores).
O meu problema aqui está sendo o óbvio contraste de beleza que há entre o ainda diminuto grupo feminino e o restante masculino. Elas eu vou deixar publicarem suas fotos, Cerestino, Danilo, Judeu, Calixto, Marquinhos, por favor, não pensem em tal. Nunca! Bárbara, Paula, Dody, por favor, façam O QUANTO ANTES. Mas ,antes de mais nada, vocês foram escolhidas pela qualidade soberba. Duas delas foram minhas alunas – tal qual Cerestino, ele sempre foi esquisitão, mas hoje tenho certeza de que é menino(rs) – Congruente – Danilo - é meu amigo pessoal bem antes dessa história de literatura, Alexandra já é fruto de uma amizade com dez anos de existência, tanto nas artes, quanto nas discussões metafísicas sobre existencialismo.
Dody sempre foi daquelas que a vida reservou em uma adega. E esta adega agora está pronta para ser descoberta. Ela não é só o vinho, é a vinícola e o sommelier. De uma astúcia manipulativa, encaixa palavras com uma precisão para lá de firme. E não tem aquele pudor ao escrever. Vem nela sempre a irrefreável certeza da sinceridade. Seus textos são puras demonstrações de sua existência. Deliciem-se! Ela é a notícia boa.
A notícia ruim vem de um de nossos escritores mais badalados e publicadores, André Nogueira, guitarrista da banda Gramofone e professor Doutor em História. Por uma questão pessoal – que o levou a se calar, e nunca o tinha visto assim – ele resolveu sair do Grupo. É uma perda, para lá de violenta, não por ser o André-escritor como já era conhecido aqui, mas porque ele sempre foi uma leitura agradável, um ponto de encontro entre a simplicidade e a amplitude intelectual que lhe era comum nos textos. Nunca podemos escolher escritores que sejam semelhantes nas palavras. Marquinhos é o típico crítico literário, preciso, precioso e eloqüente. Muito observador. Danilo Congruente é matemático, por isso de poucas palavras, sintético, mas denso. Marcelo Judeu é biólogo, resultante da Arthur Clarke, William Gibson e outros ficcionais científicos. No Trema ele tem se mostrado ter outra verve. Aqui ele é sua origem. Eu já sou um pouco memória. Observador. Tenho nos olhos aquela captação dos outros. É dela que escrevo. Crio imagens e memórias nos outros. Eu escrevo de imaginar vidas. Por isso, sempre me imagino estar com todos quando escrevo. Agora mesmo, na minha sala, estão Bárbara e Paula, uma ao lado da outra, analisando suas tatuagens. Marcelo, rindo como sempre, dizendo o quanto ama os amigos. André e Danilo tirando as últimas linhas de guitarra, metaforizando sons, Marquinhos analisando o simulacro do meu Nintendo Wii, jogando tênis. Alexandra a observar a todos, poucas palavras, muitos risos, somando ideias. Cerestino, com um violãozinho, percebendo a inerência de cada acorde, que o desperta para um novo mundo. Todos são essa mesma epifania musical que invade Cerestino. Todos são para lá de amigos, ou irmãos, ou próximos, ou parceiros. São parentes, nesse amor não-consaguíneo, mas firme e exagerado. Lembro de cada poema discutido com Alexandra e Cerestino. Cada música que toquei e escrevi com Danilo e André. Cada charuto que fumei e li com Marcelo – somado àquele xixi do Hulk – cada personagem e intenção discutida com Marquinhos. É uma pena não te ter mais aqui, André, mas esse espaço sempre será seu, aqui na net, aqui em casa. Você tem a chave de tudo. A hora que quiser entrar é só usá-la. Beijos.
A feliz, a mais do que feliz, é a realização, bem antes do tempo, de uma meta que eu tinha estipulado aqui para o Pictorescos, eu queria colocar três autoras de ponta no Grupo, para equilibrar a existência feminina a nós. Como eu tenho aqui um número de colunistas que nunca escreveram, mas que estão preparando uma obra-prima para lá de inimaginável – assim me dizem – eu precisava de outras para compor um corpo feminino de respeito – sem trocadilhos, por favor – e colocá-las logo de frente. Porém, pensei que fosse levar tempo. Que nada. As irmãs Zdanowsky logo vieram, e uma amiga de Letras e Confissões, Alexandra Dodelles, entrou semana passada aqui no grupo. Ela assinará pelo nome Dody Hari, motivo que depois ela explicará (não vou negar que eu sei qual é, mas certas explicações ficam melhores vindas de seus autores).
O meu problema aqui está sendo o óbvio contraste de beleza que há entre o ainda diminuto grupo feminino e o restante masculino. Elas eu vou deixar publicarem suas fotos, Cerestino, Danilo, Judeu, Calixto, Marquinhos, por favor, não pensem em tal. Nunca! Bárbara, Paula, Dody, por favor, façam O QUANTO ANTES. Mas ,antes de mais nada, vocês foram escolhidas pela qualidade soberba. Duas delas foram minhas alunas – tal qual Cerestino, ele sempre foi esquisitão, mas hoje tenho certeza de que é menino(rs) – Congruente – Danilo - é meu amigo pessoal bem antes dessa história de literatura, Alexandra já é fruto de uma amizade com dez anos de existência, tanto nas artes, quanto nas discussões metafísicas sobre existencialismo.
Dody sempre foi daquelas que a vida reservou em uma adega. E esta adega agora está pronta para ser descoberta. Ela não é só o vinho, é a vinícola e o sommelier. De uma astúcia manipulativa, encaixa palavras com uma precisão para lá de firme. E não tem aquele pudor ao escrever. Vem nela sempre a irrefreável certeza da sinceridade. Seus textos são puras demonstrações de sua existência. Deliciem-se! Ela é a notícia boa.
A notícia ruim vem de um de nossos escritores mais badalados e publicadores, André Nogueira, guitarrista da banda Gramofone e professor Doutor em História. Por uma questão pessoal – que o levou a se calar, e nunca o tinha visto assim – ele resolveu sair do Grupo. É uma perda, para lá de violenta, não por ser o André-escritor como já era conhecido aqui, mas porque ele sempre foi uma leitura agradável, um ponto de encontro entre a simplicidade e a amplitude intelectual que lhe era comum nos textos. Nunca podemos escolher escritores que sejam semelhantes nas palavras. Marquinhos é o típico crítico literário, preciso, precioso e eloqüente. Muito observador. Danilo Congruente é matemático, por isso de poucas palavras, sintético, mas denso. Marcelo Judeu é biólogo, resultante da Arthur Clarke, William Gibson e outros ficcionais científicos. No Trema ele tem se mostrado ter outra verve. Aqui ele é sua origem. Eu já sou um pouco memória. Observador. Tenho nos olhos aquela captação dos outros. É dela que escrevo. Crio imagens e memórias nos outros. Eu escrevo de imaginar vidas. Por isso, sempre me imagino estar com todos quando escrevo. Agora mesmo, na minha sala, estão Bárbara e Paula, uma ao lado da outra, analisando suas tatuagens. Marcelo, rindo como sempre, dizendo o quanto ama os amigos. André e Danilo tirando as últimas linhas de guitarra, metaforizando sons, Marquinhos analisando o simulacro do meu Nintendo Wii, jogando tênis. Alexandra a observar a todos, poucas palavras, muitos risos, somando ideias. Cerestino, com um violãozinho, percebendo a inerência de cada acorde, que o desperta para um novo mundo. Todos são essa mesma epifania musical que invade Cerestino. Todos são para lá de amigos, ou irmãos, ou próximos, ou parceiros. São parentes, nesse amor não-consaguíneo, mas firme e exagerado. Lembro de cada poema discutido com Alexandra e Cerestino. Cada música que toquei e escrevi com Danilo e André. Cada charuto que fumei e li com Marcelo – somado àquele xixi do Hulk – cada personagem e intenção discutida com Marquinhos. É uma pena não te ter mais aqui, André, mas esse espaço sempre será seu, aqui na net, aqui em casa. Você tem a chave de tudo. A hora que quiser entrar é só usá-la. Beijos.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Sexta às nove (40)
Sua dose semanal de remédio musical.
Pierrot e Colombina.
Após ouvir essa música do Los Hermanos, lembrar de outra, do Ed Motta, lembram?
então, e além disso, depois de ouvir do Noel Rosa:
Pois é, por isso resolvi pesquisar sobre o famoso casal. E não tive sorte.
Então, vamos falar da música e deixar a história pra outro curioso.
A história de Pierrot e Colombina é um clichê do romance boêmio, bem carioca. Porém não só carioca nem só brasileiro. Digo isso porque vi, ontem ao esplêndido filme "O Troco" com Mel Gibson; nesse, no final, na última fala do filme o personagem de Gibson diz algo do tipo: "Eu e minha gata fizemos um trato: ela parava de se prostituir e eu de atirar nas pessoas. Acho que estamos sonhando alto."
A história de Pierrot e Colombina é a história do amor que se sabe traído mas que não consegue largar-se.
Talvez seja um escape psicológico para quem não consegue ser fiel.
De fato, as histórias contadas contam a história de cada ser humano.
Faz parte da existência: o Pierrot apaixonado chora pelo amor da Cooooooooolombina. E na esquina se mata a beber, pra esquecer.
Todos nós choramos por uma Colombina, mesmo não sendo sempre o caso de um casal problemático. Todos nós, quando perdemos nossa Colombina, nos matamos de beber na esquina pra esquecer; mesmo que não seja líquido nossa cachaça.
Aproveite.
Pierrot e Colombina.
Após ouvir essa música do Los Hermanos, lembrar de outra, do Ed Motta, lembram?
Sou um triste pierrot mal-amadoLembraram né? rs
Mestre-sala desacompanhado
Um bufão no salão a cantar...
Colombina, hey!
Seja minha menina, só minha
Bailarina, hey!...
então, e além disso, depois de ouvir do Noel Rosa:
Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando
Pois é, por isso resolvi pesquisar sobre o famoso casal. E não tive sorte.
Então, vamos falar da música e deixar a história pra outro curioso.
A história de Pierrot e Colombina é um clichê do romance boêmio, bem carioca. Porém não só carioca nem só brasileiro. Digo isso porque vi, ontem ao esplêndido filme "O Troco" com Mel Gibson; nesse, no final, na última fala do filme o personagem de Gibson diz algo do tipo: "Eu e minha gata fizemos um trato: ela parava de se prostituir e eu de atirar nas pessoas. Acho que estamos sonhando alto."
A história de Pierrot e Colombina é a história do amor que se sabe traído mas que não consegue largar-se.
Talvez seja um escape psicológico para quem não consegue ser fiel.
De fato, as histórias contadas contam a história de cada ser humano.
Faz parte da existência: o Pierrot apaixonado chora pelo amor da Cooooooooolombina. E na esquina se mata a beber, pra esquecer.
Todos nós choramos por uma Colombina, mesmo não sendo sempre o caso de um casal problemático. Todos nós, quando perdemos nossa Colombina, nos matamos de beber na esquina pra esquecer; mesmo que não seja líquido nossa cachaça.
Aproveite.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Segundas de Literatura XIX
E ainda na Utopia!
Isso não é só raridade,
é um privilégio!
Poder ler com a voz da Origem!
Carlos Drummond de Andrade!
Te juro que senti um nervoso, um frio, pêlos que se arrepiam!
Nunca pensei encontrar isso aqui! - Dá-lhe Youtube!!!
Isso não é só raridade,
é um privilégio!
Poder ler com a voz da Origem!
Carlos Drummond de Andrade!
Te juro que senti um nervoso, um frio, pêlos que se arrepiam!
Nunca pensei encontrar isso aqui! - Dá-lhe Youtube!!!
domingo, 14 de março de 2010
Finitude.
Estranho uma vez mais voltar ao tema, mas sempre fui muito intrigado com a morte. Entendê-la como fim sempre me fez mal, e saber, ao mesmo tempo, em que um dia eu terei de ir, claro que me causa comoção fina, fuinha, pequenininha. Saber que a cada dia de vida que se passa mais próximo dela está dá a alguns aquela sensação de se vencer o cotidiano e buscar ainda mais aquela fonte prazerosa de vida, fluente, viva, intumescida, arcaicamente sexual, um sem limite ao excesso. Mas eu, como eu próprio, não a vejo para mim. Principalmente o que passei essa semana, no meu eterno vício pelo trabalho.
Que trabalho demais, todos sabem. Que sou workaholic, isso não é de agora. Que vejo vida no trabalho, também já disse. Mas ainda não sei o equilíbrio e dessa vez, essa semana, ele se mostrou valente. Uma gripe, além do normal, me fez chegar a uma febre de quarenta, tremedeira, voz perdida e falta de consciência. Peguei minha filha na creche dirigindo na sorte do conhecimento do caminho, se algo novo fosse feito, ali teríamos ficado. A trouxe para casa, me joguei no sofá e não lembro de mais nada. Mais nada mesmo. Essa crônica é como um testamento de nossa eterna imbecilidade. Perceba que a coloquei no plural, pois não sou apenas um exemplo, sou tão vítima quanto todos aqueles que muito trabalham. Mudei para longe, julguei que aqui eu iria encontrar um outro senso de paz, até o encontrei, mas já consegui burlá-lo em nome de uma doente vontade capitalista que parece enraizada. Sou resultado da eterna involução das espécies.
Nesse momento eu não consigo deixar de pensar nos clipes do Pearl Jam – Evolution – e do Pink Floyd – Another Brick in the Wall. Sabe aquelas cenas em que as crianças saem com o mesmo rosto e os cabos entram pelos homens que trabalham em cubículos iguais? Aquelas cenas não são apenas metáforas de um mundo corporativo, elas são a síntese de uma revolucionária evolução que se inicia no século XIX e transforma o homem em engrenagem. Chaplin nos disse. Nós nada fizemos. Até porque, todos que moveram o mundo, assim o fizeram em nome do acúmulo. Eu acumulo ao longo dos meus trinta prestações que alimentam o meu sufoco, barriga que se cresce, horário que se somatiza. Já vivo de energético para ter ânimo. O café é meu pastor. Almoço, quanto mais rápido, melhor. Saí da cidade grande. Tenho uma plantaçãozinha. Nela colho grãos que não verei crescer. Meu pai hoje achou uma tangerina que estava quase caindo. O aipim perdeu a validade. Algumas roseiras morreram por falta de água. Minha esposa também não tem tempo. Toma um remédio ou outro para segurar a onda da pressão. Aliás, uma de nossas últimas aquisições foi uma maquininha de pulso que afere sua pressão arterial. Desde que a compramos ela está em cima da mesa da sala. Comemos, vemos uma série ou outra revezando o aparelhinho, “E aí, como tá aí?’, ‘Hoje tá menor do que ontem’, ‘Mas já é pressão normal?’, finjo que está tudo bem.
Meus bons amigos sempre me dão aqueles eternos conselhos, uns se mostram mais preocupados, outros apenas se veem na situação, isso já somos, exemplos de uma juventude desconexa com as próprias vontades, vivendo de nostalgias inexistentes, de eternas possibilidades de existir, mas nada de substancial e belo. Julgamos estar felizes pela casa, mas toda prestação nos lembra de que ela realmente ainda não é nossa, nasce nosso filho – felicidade completa em si – mas ele é também apenas a declaração de nossa velhice, e nada, mas nada, parece que vai ser feliz em plenitude. Lembra da Hiena – ó vida, ó céus, ó azar? – penso que ela ali encontrou a síntese da felicidade, ao se declarar eternamente triste. Mas preciso dizer que eu não me vejo assim. Sou um tanto carpediano ao querer ver tudo pelo lado bom das coisas. Porém, quando se percebe um fim para lá de próximo, querer ver o belo é apenas um alento aos outros, uma exteriorização, uma desculpa. Todo belo é temporário. Hoje até disse ao meu pai que toda ambição é temporária. Minha atual ambição é não ter ambição. Será possível?
Que trabalho demais, todos sabem. Que sou workaholic, isso não é de agora. Que vejo vida no trabalho, também já disse. Mas ainda não sei o equilíbrio e dessa vez, essa semana, ele se mostrou valente. Uma gripe, além do normal, me fez chegar a uma febre de quarenta, tremedeira, voz perdida e falta de consciência. Peguei minha filha na creche dirigindo na sorte do conhecimento do caminho, se algo novo fosse feito, ali teríamos ficado. A trouxe para casa, me joguei no sofá e não lembro de mais nada. Mais nada mesmo. Essa crônica é como um testamento de nossa eterna imbecilidade. Perceba que a coloquei no plural, pois não sou apenas um exemplo, sou tão vítima quanto todos aqueles que muito trabalham. Mudei para longe, julguei que aqui eu iria encontrar um outro senso de paz, até o encontrei, mas já consegui burlá-lo em nome de uma doente vontade capitalista que parece enraizada. Sou resultado da eterna involução das espécies.
Nesse momento eu não consigo deixar de pensar nos clipes do Pearl Jam – Evolution – e do Pink Floyd – Another Brick in the Wall. Sabe aquelas cenas em que as crianças saem com o mesmo rosto e os cabos entram pelos homens que trabalham em cubículos iguais? Aquelas cenas não são apenas metáforas de um mundo corporativo, elas são a síntese de uma revolucionária evolução que se inicia no século XIX e transforma o homem em engrenagem. Chaplin nos disse. Nós nada fizemos. Até porque, todos que moveram o mundo, assim o fizeram em nome do acúmulo. Eu acumulo ao longo dos meus trinta prestações que alimentam o meu sufoco, barriga que se cresce, horário que se somatiza. Já vivo de energético para ter ânimo. O café é meu pastor. Almoço, quanto mais rápido, melhor. Saí da cidade grande. Tenho uma plantaçãozinha. Nela colho grãos que não verei crescer. Meu pai hoje achou uma tangerina que estava quase caindo. O aipim perdeu a validade. Algumas roseiras morreram por falta de água. Minha esposa também não tem tempo. Toma um remédio ou outro para segurar a onda da pressão. Aliás, uma de nossas últimas aquisições foi uma maquininha de pulso que afere sua pressão arterial. Desde que a compramos ela está em cima da mesa da sala. Comemos, vemos uma série ou outra revezando o aparelhinho, “E aí, como tá aí?’, ‘Hoje tá menor do que ontem’, ‘Mas já é pressão normal?’, finjo que está tudo bem.
Meus bons amigos sempre me dão aqueles eternos conselhos, uns se mostram mais preocupados, outros apenas se veem na situação, isso já somos, exemplos de uma juventude desconexa com as próprias vontades, vivendo de nostalgias inexistentes, de eternas possibilidades de existir, mas nada de substancial e belo. Julgamos estar felizes pela casa, mas toda prestação nos lembra de que ela realmente ainda não é nossa, nasce nosso filho – felicidade completa em si – mas ele é também apenas a declaração de nossa velhice, e nada, mas nada, parece que vai ser feliz em plenitude. Lembra da Hiena – ó vida, ó céus, ó azar? – penso que ela ali encontrou a síntese da felicidade, ao se declarar eternamente triste. Mas preciso dizer que eu não me vejo assim. Sou um tanto carpediano ao querer ver tudo pelo lado bom das coisas. Porém, quando se percebe um fim para lá de próximo, querer ver o belo é apenas um alento aos outros, uma exteriorização, uma desculpa. Todo belo é temporário. Hoje até disse ao meu pai que toda ambição é temporária. Minha atual ambição é não ter ambição. Será possível?
sexta-feira, 12 de março de 2010
Sexta às nove (39)
Sua dose semanal de remédio musical.
Há qualquer coisa de místico/divino nas músicas de Robert Nesta Marley.
E como toda arte que tão fundo toca, há pouco que se falar, na verdade, mais vale calar-se e ouvir.
Suas canções são proclamações. Proclamações simples d'um ser humano que quiz fazer a paz nos palcos com suas melodias e danças. E desejava a mesma fora daqueles.
...We don't need... no more trouble...
É o clamor do coração, não do Bob, nem meu nem seu.
É o que chora o coração de Jah!
Aproveite.
Há qualquer coisa de místico/divino nas músicas de Robert Nesta Marley.
E como toda arte que tão fundo toca, há pouco que se falar, na verdade, mais vale calar-se e ouvir.
Suas canções são proclamações. Proclamações simples d'um ser humano que quiz fazer a paz nos palcos com suas melodias e danças. E desejava a mesma fora daqueles.
...We don't need... no more trouble...
É o clamor do coração, não do Bob, nem meu nem seu.
É o que chora o coração de Jah!
Aproveite.
terça-feira, 9 de março de 2010
Segundas de Literatura XVIII
Chega a ser utópico
Um sonho
Quase uma intervenção divina
inimaginável
Mas, sim, é ele!
Um dos nossos pais!
Um de todos os vários!
Disse não ter filhos
Quem te disse que não?
Quem te disse que não?!
Me responda!
Mesmo que seja num sonho
Não precisa ser um epifânico
Diga-me quem te disse não ter filhos...
Talvez não os haja das pernas
Mas todos eles existem do coração!
Oi pai... MANUEL BANDEIRA!!!
Um sonho
Quase uma intervenção divina
inimaginável
Mas, sim, é ele!
Um dos nossos pais!
Um de todos os vários!
Disse não ter filhos
Quem te disse que não?
Quem te disse que não?!
Me responda!
Mesmo que seja num sonho
Não precisa ser um epifânico
Diga-me quem te disse não ter filhos...
Talvez não os haja das pernas
Mas todos eles existem do coração!
Oi pai... MANUEL BANDEIRA!!!
domingo, 7 de março de 2010
Separações
Pouca coisa no mundo há de mais complicada do que uma separação. Por mais que seja desejada, planejada, acordada e, sobretudo, necessária, sempre é um momento desolador. Às vezes queremos nos livrar daquela pessoa o mais rápido possível, queremos ver o diabo e não queremos vê-la; às vezes queremos lhe perdoar todas as falhas, abraçá-la e fazer as pazes. E por mais que essa pessoa nos tenha magoado, ferido; no fundo (bem no fundo!), temos a esperança de que as coisas voltem ao normal, ao início do relacionamento, quando tudo eram flores. Infelizmente, em alguns casos, essa volta no tempo não é mais possível e resta apenas aquele gosto amargo de fracasso.
Lembrei, agora, de uma música muito antiga e, confesso, meio brega, que fez muito sucesso na voz de Márcio Greyck, e que dizia: “[...]Quantas vezes nos dissemos eu te amo prá tentar sobreviver./Aparências nada mais,/sustentaram nossas vidas,/Apesar de mal vividas /têm ainda uma esperança de poder viver./[...]”. Sobreviver??? Isso é algo que nós fazemos todos os dias no mundo, mas o que queremos mesmo é VIVER! Queremos ser felizes, rir, ser amados, amar, estar com os amigos, sentir a brisa no rosto numa tarde de verão, olhar o pôr-do-sol em boa companhia, tomar um chopp e jogar conversa fora. E é hora de questionar se vale a pena viver só de aparências. Temos tanto potencial para ser desperdiçado com uma existência apática?!
Deve-se levar em conta que, muitas vezes, a separação parece irreversível, mas depois que a poeira baixa, vê-se que a ferida não é tão funda assim. Portanto, não é aconselhável tomar nenhuma medida de cabeça quente. Não se precipite escolhendo uma nova pessoa para substituir quem se foi, só para preencher um vazio no coração e na cama. Dizem que um velho amor se cura com um novo; pode até ser, mas é preciso muito cuidado para não magoar alguém que não tem culpa de nada. Não estou dizendo que não se deve procurar uma companhia agradável que faça esquecer os problemas e ajude a levantar o astral, muito pelo contrário; a única recomendação é que se seja absolutamente franco e que a situação seja a mais clara possível para ambos.
A separação é um processo natural da vida, todos passamos por ela – e quem ainda não a enfrentou em quaisquer de suas formas, esteja certo de que um dia estará frente a frente com ela, – pois ninguém é propriedade privada do outro. Todos cometemos erros na intenção de acertar e continuaremos assim por toda a existência; então, àqueles que se separaram, aconselho que continuem buscando a felicidade, seja com outra pessoa, seja com a mesma, seja até sozinho. Vão ao cinema, assistam a um filme bem romântico, passeiem à beira-mar, namorem bastante e acima de tudo: VIVAM E DEIXEM VIVER!
sexta-feira, 5 de março de 2010
Sexta às nove (38)
Sua dose semanal de remédio musical.
Não costumo fazer isso, mas é necessário. A incorporação do vídeo foi desativada mediante solicitação e por isso não podemos ver aqui no blog o vídeo. Mas é um achado tão belo que venho pedir-vos que, por obséquio cliquem AQUI e vejam o vídeo no youtube.
Falando sobre o mesmo...
Já dizia o sábio que é melhor serem dois do que um, pois se um cair o outro o levantará. Porém, sem aplicações matrimoniais ou emocionais, o vídeo mostra como a arte imita a vida e vice-versa.
Já tinha visto um piano tocado a quatro mãos e não era porque o pianista era Ben 10 (eu sei, eu sei, horrível!), mas um violão... foi a primeira vez.
E logo fazer o arranjo a quatro mãos de um choro tão merecidamente popular..
Aproveite.
Não costumo fazer isso, mas é necessário. A incorporação do vídeo foi desativada mediante solicitação e por isso não podemos ver aqui no blog o vídeo. Mas é um achado tão belo que venho pedir-vos que, por obséquio cliquem AQUI e vejam o vídeo no youtube.
Falando sobre o mesmo...
Já dizia o sábio que é melhor serem dois do que um, pois se um cair o outro o levantará. Porém, sem aplicações matrimoniais ou emocionais, o vídeo mostra como a arte imita a vida e vice-versa.
Já tinha visto um piano tocado a quatro mãos e não era porque o pianista era Ben 10 (eu sei, eu sei, horrível!), mas um violão... foi a primeira vez.
E logo fazer o arranjo a quatro mãos de um choro tão merecidamente popular..
Aproveite.
terça-feira, 2 de março de 2010
Segundas de Literatura XVII
Lêdo Ivo
Uma vez chegou-me uma seleta de crônicas sobre Lêdo Ivo aqui em casa, por cabo de uma pesquisa sobre bons escritores. Era um livro simples, daqueles voltados para organizações escolares, de bela capa, muito graciosa. Então me fui à leitura e descobri o que a poesia - em um esplendor de poeta - é capaz de fazer à crônica. A sutileza de suas imagens - e é nisso que temos que pensar em Lêdo, as imagens - mostravam-me um mundo que eu achei ser só memória - crônica. Aí vi o quão amplo o papel da crônica e do cronista pode ser diante dos fatos, da vida, do ambiente, do mundo. A crônica não é só cronológica, é uma declaração de amor a um tempo que já se foi. E isso aprendi com Lêdo Ivo.
Fantástico.
Esse vídeo, a cabo de uma entrevista na escada de um prédio, retrata a imagem de um poeta memorialista, que senta como uma criança, ri tal qual uma também, mas lembra o passado, agora que é mero passado, na carcaça de um homem vivido, que julga - possivelmente - já ser visto como um obscuro poeta. Tanto à entrevista em preto e branco, quanto à música - um piano jazzista bem melancólico - compõem uma atmosfera para lá de encantadora, mas ao mesmo tempo triste, traduzindo uma percepção sobre si do poeta: a proximidade com a Morte, por isso está apenas relendo os clássicos.
Uma entrevista para lá de sincera.
Aproveitem
Uma vez chegou-me uma seleta de crônicas sobre Lêdo Ivo aqui em casa, por cabo de uma pesquisa sobre bons escritores. Era um livro simples, daqueles voltados para organizações escolares, de bela capa, muito graciosa. Então me fui à leitura e descobri o que a poesia - em um esplendor de poeta - é capaz de fazer à crônica. A sutileza de suas imagens - e é nisso que temos que pensar em Lêdo, as imagens - mostravam-me um mundo que eu achei ser só memória - crônica. Aí vi o quão amplo o papel da crônica e do cronista pode ser diante dos fatos, da vida, do ambiente, do mundo. A crônica não é só cronológica, é uma declaração de amor a um tempo que já se foi. E isso aprendi com Lêdo Ivo.
Fantástico.
Esse vídeo, a cabo de uma entrevista na escada de um prédio, retrata a imagem de um poeta memorialista, que senta como uma criança, ri tal qual uma também, mas lembra o passado, agora que é mero passado, na carcaça de um homem vivido, que julga - possivelmente - já ser visto como um obscuro poeta. Tanto à entrevista em preto e branco, quanto à música - um piano jazzista bem melancólico - compõem uma atmosfera para lá de encantadora, mas ao mesmo tempo triste, traduzindo uma percepção sobre si do poeta: a proximidade com a Morte, por isso está apenas relendo os clássicos.
Uma entrevista para lá de sincera.
Aproveitem
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